data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O aumento expressivo de mais de 30% nos preços da carne bovina já provoca reflexos nas vendas. A coluna consultou uma rede de supermercados de Santa Maria, que já registrou uma redução de 12% nas vendas de carne de gado ao consumidor. Enquanto isso, as vendas de frango e de porco seguem estáveis. A boa notícia é que, ao menos, os preços da carne bovina pararam de subir, nos últimos dias.
Cyrilla receberá nesta quarta máquinas que faltam para retomar produção
Mesmo assim, o consumidor ainda tenta se acostumar com os novos preços e achar alternativas para conviver com o problema. Para quem tem renda maior, a alta da carne não pesa tanto no orçamento, mas para quem vive com o dinheiro contado ou já está endividado, virou um problema a mais.
FRIGORÍFICO DIZ QUE TODOS PAGAM PELA ALTA EXPRESSIVA DOS PREÇOS
Ouvi comentários de que tem gente se aproveitando da alta da carne, mas na verdade, está ocorrendo com a carne bovina o que é comum em frutas e verduras, que variam muito de preços de acordo com o período do ano ou por causa de secas ou enxurradas, em que acaba valendo a lei da oferta e da procura. Todo mundo estranha mais porque na carne isso não era comum, e ocorreu devido principalmente à alta expressiva da compra pelos chineses.
O diretor comercial do Frigorífico Silva, de Santa Maria, Gabriel Moraes, comenta também que este aumento não se restringe só ao consumidor final.
- O preço pago subiu para todo mundo - explica Moraes, ao ressaltar que o frigorífico também tem sentido a valorização da arroba do boi, que já bateu recordes e chega a ser negociada por R$ 230.
- Isso acontece porque os frigoríficos que não exportam seus produtos para a China tiveram que brigar com as indústrias habilitadas na compra deste boi. Ou seja, o preço pago pela matéria-prima subiu para todo mundo, da indústria ao consumidor final - diz Moraes.
Comércio tem horário ampliado em dezembro
O cenário, entretanto, conforme Moraes, não irá normalizar como era, porque antes o Brasil tinha excedente de carne.
- Como não havia essa demanda aquecida estrangeira, sobrava produto no mercado interno e, por consequência, pecuarista insatisfeito com o boi superdesvalorizado -afirmou Moraes.
Segundo ele, a tendência é que em 2020 o mercado feche num patamar estável, se acomodando naturalmente numa faixa de preço intermediário.
- Nós sempre trabalhamos para agregar valor à carne e acredito que vamos caminhar para um novo patamar - disse o diretor do Frigorífico Silva.
"Carne não irá faltar na mesa de ninguém. Ela apenas está mais bem valorizada e o consumidor terá de pagar um valor diferenciado por ela."
Gabriel Moraes, diretor comercial do Frigorífico Silva, de Santa Maria, ao comentar a alta da carne