data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Arquivo/Diário)
Enquanto a região central do Estado deve ter uma perda de R$ 2,9 bilhões com a quebra da produção agrícola provocada pela seca, o Rio Grande do Sul deve ficar com um prejuízo de R$ 15,48 bilhões em Valor Bruto de Produção (VBP). A projeção foi feita pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). O estudo levou em conta as culturas da soja e do milho. Conforme dados da Rede Técnica Cooperativa, chegaram a quebras de 47,2% e 30%, respectivamente.
No caso da soja, segundo a FecoAgro/RS, a projeção inicial era de 20 milhões de toneladas, mas diante das perdas de 9,44 milhões de toneladas, a produção deve ficar em 10,56 milhões de toneladas. De um VBP inicial de R$ 30 bilhões estimado, deve haver perdas de R$ 15,84 bilhões, fechando o número final em R$ 14,16 bilhões. No caso do milho, a safra esperada era de 5,9 milhões de toneladas e reduziu para 4,13 milhões de toneladas, o que representa 1,77 milhões de toneladas a menos. A queda no VBP é de R$ 1,32 bilhão, passando de R$ 4,42 bilhões previstos inicialmente para R$ 3,09 bilhões.
De 4,1 mil gaúchos testados, só dois deram positivo para coronavírus
O estudo da FecoAgro/RS foi feito com base em preços da segunda semana de abril e leva em conta ainda que as perdas podem ser maiores dado que restam parte da safra tanto de soja quanto de milho para serem colhidas. O levantamento ainda indica que as perdas superam em muito se levar em conta o desembolso que o produtor teve com os insumos usados e com perda da safra, que reduziu a receita esperada.
Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo, os R$ 15,48 bilhões de prejuízo da safra equivalem a 14,9 milhões de salários mínimos - valor que deixará de circular na economia gaúcha. Se essa quantia fosse dividida proporcionalmente com toda a população do Estado, que é de 11,29 milhões de pessoas, isso daria 1,3 salário mínimo para cada gaúcho. É uma perda muito impactante.
Para piorar, a pandemia de coronavírus e as medidas de isolamento estão agravando mais a crise econômica. A projeção mais pessimista do governo gaúcho indica que o PIB poderia cair 9% este ano.