Foto: Eduardo Ramos (Diário)
O Conselho Municipal de Transportes aprovou o reajuste de 15% na tarifa de ônibus em Santa Maria, para R$ 6,15, mas esse aumento não será repassado aos usuários do transporte coletivo. Os preços seguirão em R$ 4, para quem paga com cartão de bilhetagem, e em R$ 5, aos pagantes em dinheiro, porque a prefeitura seguirá bancando a diferença por meio do pagamento do subsídio ao serviço. Como a tarifa técnica subiu de R$ 5,34 para R$ 6,15, o valor subsidiado subirá. Para cada usuário que andar com o cartão eletrônico e pagar R$ 4, a prefeitura vai bancar os outros R$ 2,15. Para os passageiros que pagarem com dinheiro, cujo preço é R$ 5, o subsídio será de R$ 1,15. O valor está sendo subsidiado com R$ 6 milhões repassados ano passado pela União e que não tinham sido usados em 2022 porque a prefeitura deu um subsídio de mais R$ 6 milhões, dos cofres municipais, no ano passado.
Segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, a prefeitura gasta de R$ 600 mil a R$ 700 mil por mês com o subsídio à tarifa. Com esse reajuste, o valor deve subir cerca de R$ 100 mil mensais.
— Nos próximos meses, nada muda para o usuário. Os preços seguirão os mesmos. Se em agosto, setembro, outubro ou novembro, esse subsídio (R$ 6 milhões) chegar ao fim, o Executivo vai definir o que queremos fazer: transferir esse custo às pessoas, aumentando a tarifa, ou bancar parte disso, porque toda a sociedade é beneficiada? Essa é a diferença da nossa gestão, que não deixou todo o custo do transporte nas costas do usuário que paga a passagem. Por duas vezes, subsidiamos a tarifa e, na pandemia, deixamos a passagem num valor adequado. É preciso avaliar os impactos, pois não podemos deixar à revelia, com menos ônibus, pois causa congestionamentos, aumento de acidentes. Hoje, são mais de 60 mil usuários de ônibus por dia. Imagina deixar a cidade sem ônibus e colocar mais 50 mil veículos por dia nas ruas — diz Ponsi.
O preço da tarifa também pode mudar em função da licitação, que a prefeitura pretende lançar, segundo ele, assim que receber a análise técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ponsi conta que enviou informações ao TCE em abril e maio, a partir de apontamentos feitos pelo tribunal.
O vereador Pablo Pacheco (Progressistas) ressalta que, devido ao reajuste, a prefeitura terá de aumentar o desembolso com subsídios.
— Enquanto isso as promessas de prazos para a licitação vão se avolumando: junho de 2018, junho de 2020, junho de 2022, janeiro de 2023 (o que não aconteceu) e, agora, julho (2023) — diz.
