Para um dos países mais competitivos no fornecimento de proteína animal, uma notícia irá agregar ainda mais valor à carne bovina. Depois de duas décadas de trabalho da Secretaria de Defesa Agropecuária junto às entidades da cadeia produtiva, foi anunciado pelo MAPA, o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB).
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A medida promete modernizar a rastreabilidade do rebanho brasileiro e já será desenvolvida a partir de 2025 com implementação em larga escala, identificando 100% do rebanho brasileiro até 2032.
Segurança sanitária e qualidade
O plano tem como principal objetivo atender às exigências dos mercados, garantir um melhor controle da qualidade e segurança alimentar, e, consequentemente, potencializar a abertura de novos mercados e a manutenção dos já existentes para a carne brasileira. O plano de rastreabilidade é obrigatório e vai tratar cada animal de forma individualizada, permitindo respostas rápidas a emergências sanitárias, protegendo a cadeia produtiva contra eventuais prejuízos.
Passos para a implementação
O PNIB vai monitorar e registrar o histórico, a localização e a trajetória de cada animal individualmente. Serão utilizados dispositivos de identificação, como brincos eletrônicos e bottons com chip, seguindo o padrão ISO 076 – código internacional de rastreabilidade para a carne.
Os identificadores deverão ser aplicados antes da primeira movimentação do animal e serão invioláveis. Os dados serão registrados em uma Base Central com acesso a informações como espécie e sexo; data de nascimento e identificação; origem e destino em movimentações dos animais.
As oportunidades
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, comercializando com mais de 150 países. A rastreabilidade é um caminho sem volta, não só para valorizar a carne brasileira no mercado internacional, mas também para garantir segurança alimentar dentro do país. A tecnologia será um facilitador para a operacionalização dentro da porteira e no pós-porteira. Com isso o Brasil avança para alcançar os melhores mercados do mundo e sem dúvida melhores remunerações pela nossa carne.
Os desafios
Sem dúvida, a adaptação ao Plano será um desafio, principalmente para os pequenos produtores. Eles representam a maior parcela dentre os pecuaristas brasileiros e serão os mais impactados por possuírem a menor infraestrutura. Precisarão fazer a aquisição de brincos, sistemas de informatização para escrituração zootécnica, acesso à internet e além de gestão mais intensiva.
Porém, a implementação gradual, com etapas progressivas, dará ao setor o tempo necessário para se adaptar, mas sem dúvida serão necessárias medidas eficientes por parte dos e stados, esforços públicos e privados para apoio e capacitação de técnicos e produtores.