Trigo: preço sobe à medida que se confirmam as perdas

O aumento no preço do trigo tem sido alimentado pela queda no volume previsto para a safra brasileira, principalmente nos Estados do Paraná e aqui, no Rio Grande do Sul, que já tem mais de 90% das lavouras colhidas. E, além da quantidade, a baixa qualidade do cereal colhido, devido ao clima desfavorável, também afeta o mercado. E isso poderá impossibilitar o uso do cereal para produção de farinhas, trazendo impacto no preço do pão nosso de cada dia.


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Aumento de área não compensa as perdas

Segundo a Conab, a safra de trigo no Brasil deve somar 9,63 milhões de toneladas, 8,7% abaixo do recorde da temporada passada (10,55 milhões de toneladas), mesmo com o aumento de 12% na área cultivada no país em relação a 2022. A menor produção se deve à queda na produtividade, que está estimada em 2,78 toneladas/hectare, 18,6% inferior à registrada em 2022 (3,42 t/ha). Na Argentina, estimativas foram, mais uma vez, reajustadas negativamente, o que reforça o cenário de preços em alta no mercado brasileiro.


Recorde na produção de carne bovina ​


Dados divulgados neste mês pelo IBGE apontam para um recorde de produção de carne bovina, de janeiro a setembro, de 2023. Nesse período, foram produzidas 6,39 milhões de toneladas, 8,37% a mais que nos nove primeiros meses de 2022. Os dados mostram uma virada de ciclo produtivo em 2023, com mais animais prontos para o abate. No acumulado de 2023 (até setembro), o volume de bovinos abatidos avançou 10,24% frente ao mesmo período do ano passado, somando 24,42 milhões de cabeças. 

Oferta segue elevada em 2024 

A oferta de carne bovina no Brasil deverá continuar elevada em 2024, desafiando o setor produtivo, de acordo com o Rabobank. O aumento significativo no abate de fêmeas em 2023, somado ao alto estoque de machos, fez com que os níveis de oferta superassem a demanda, provocando uma desvalorização recorde do boi gordo. E isso deverá seguir pelo menos até meados do próximo ano. 

Consumo per capita de carne deve passar de 100kg 

O consumo de carnes deve bater recorde no Brasil em 2024. Uma projeção da Cogo Consultoria de Inteligência em Agronegócio mostra que, no próximo ano, cada habitante deve consumir cerca de 103kg de carnes. O frango, carne mais consumida do país, tem uma expectativa de consumo de 49,5kg por habitante. Já para o consumo de carne bovina, a Cogo projeta 32,4kg/habitante. A carne suína aparece em terceiro lugar, mas deve apresentar a maior curva de crescimento, com uma expectativa de consumo de 21kg/habitante, um aumento de 4% em relação a 2023

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