claudemir pereira

Vem aí o 'fator Decimo', o nome governista para 2024

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Foto: Pedro Piegas (Diário)/

Até os desvãos mais recônditos já perceberam. Antes, escorregadios corredores eleitorais também haviam notado. O fato é que, desde aqueles momentos, fixou-se no governismo - a partir da convicção do líder maior, Jorge Pozzobom - que o representante desse grupo para manter o comando do Executivo municipal a partir de janeiro de 2025 é o empresário e (ainda) filiado ao Partido Social Liberal (PSL), Rodrigo Decimo. Que, se diga, com o tucano foi eleito vice-prefeito.

Duas condições básicas, quem sabe três, determinaram tamanha certeza.

Uma é por tratar-se de um neófito na área pública, fator combinado à reconhecida capacidade demonstrada em seu empreendimento privado e à influência no setor empresarial, tendo presidido a entidade que une a todos, a Cacism.

A segunda é a aptidão pela liderança serena, algo difícil de encontrar, fundamental para descascar pepinos administrativos e abacaxis nos relacionamentos (com os) políticos. Muito talento é necessário, e os tucanos identificaram essa rara condição no enfim eleito vice-prefeito.

E a terceira condição, sem a qual de nada adiantariam as anteriores, é a aceitação por Decimo. Que, claro, só vai confirmar isso no instante derradeiro, mas que a grupos menores ele já admitiu: sim, gostaria de ser prefeito.

Definidas essas premissas, começa efetivamente a produção do candidato, facilitada pelas qualidades que ele já demonstrou. Assim, é ele que comanda talvez a maior aposta e a maior das realizações do atual mandato da dobradinha Pozzobom/Decimo: a criação, o fomento e a implantação do Distrito Criativo.

Aliás, proposta da lavra de Rodrigo Decimo, com a colaboração de todas as secretarias, mas especialmente a da Cultura e as pastas da área econômica. Não se sabe, inclusive, do potencial eleitoral desse processo, mas a cidade já percebeu que se trata de um bom projeto. Que, se transformado em realidade, pode ser o grande salto de que Santa Maria precisa. Tanto a comunidade notou que não se percebem resmungos de contestação, mesmo entre os oposicionistas. Logo...

Ah, nessa combinação administrativa, política e (futuramente) eleitoral percebe-se que uma equipe bem azeitada está formada, com atenção integral ao mandato do vice e, bem objetivamente, em relação a tudo que se relaciona a Distrito Criativo.

Poderá dar errado? Sim. Na política nada é definitivo. Mas o trabalho está sendo bem-feito, ninguém duvida. A ponto de até mesmo a oposição já começar a se preparar para enfrentar um adversário poderoso. São daquelas coisas que nenhum político admite... Afinal, vem aí o fator Decimo.

Os nomes possíveis para disputar a prefeitura em 2024 pela oposição

Que ninguém imagine a oposição a esperar sentada pela consolidação de Rodrigo Decimo e, mais que isso, que ele impavidamente se coloque como o candidato pra lá de favorito à vitória. Isso, claro, pode acontecer. Mas não antes da campanha, já em 2024, como disse experiente observador das atividades partidárias.

Então, a quem caberá a tarefa de disputar com Decimo o pleito daqui três anos? Há quem imagine, por exemplo, numa rara vez em sua história local, o PT oferecendo a cabeça de chapa a alguém de outro partido, e se satisfazendo em indicar o vice.

Nesse caso, há única possibilidade no horizonte. E que, por sinal, é bem real. Seria o petismo apoiar o pedetista Paulo Burmann. O vice? Ricardo Blattes é o preferido de muitos, mas trata-se de algo que ficaria para depois.

Aliás, mesmo quem imagina o ex-reitor da UFSM liderando a chapa PDT/PT sabe que antes de 2024 tem 2022. E dependerá muito do que fará Burmann como candidato a deputado federal. O que pode fazer toda a diferença, dois anos depois.

OS OUTROS - É claro que haverá mais candidatos a tentar bater o (favorito?) governista. No MDB, por exemplo, Tubias Calil e Roberto Fantinel preponderam sem qualquer sombra, aparentemente.

Também não se descarta a possibilidade de nova tentativa de Fabiano Pereira, pelo PSB, embora ele também pudesse se somar a uma hipotética caravana burmista - na eventualidade de a sigla virar caudatária numa não impossível federação com o PT. Esta, se fechada, amarraria todos os interesses locais ao nacional.

Por fim, entre os partidos numericamente relevantes da cidade, apenas o PP poderá lançar candidato a prefeito, quem sabe aliado a outras siglas direitistas locais. Quem? João Ricardo Vargas. Também ele, porém, depende do desempenho no pleito à Assembleia. Uma votação digna, mesmo que não vitoriosa, o catapultaria a 2024. Será?

As agruras de um candidato novato. E os nomes ao Piratini

NA ESTRADA - Ainda que tenha tradição de militância, Paulo Burmann já sentiu e está entendendo na prática o que é concorrer em pleito diferente (é virtual candidato a deputado federal) às disputas pela Reitoria da UFSM.

Esse aprendizado inclui desde agruras das reuniões em locais distantes de sua base na Boca do Monte até as sempre presentes dificuldades internas, das quais o PDT também é pródigo.

Exemplo? Serão fiéis a quem, em Santa Maria, os cabos (e alguns sargentos e oficiais também) eleitorais vinculados politicamente a forasteiros como, para ficar em só dois exemplos, os já deputados Afonso Motta e Pompeo de Mattos? Pooois é.

PIRATINI - Se aproxima a hora de a onça beber água, inclusive sob pena de os retardatários ficarem com sede, na definição dos candidatos ao governo do Estado.

Para não perder tempo, e considerando que Eduardo Leite não disputa meeeesmo, e sabendo que dois ou três ou quatro dos citados ficarão pelo caminho, não custa dar uma relação de nomes.

A menos que um cataclisma sobrevenha, um deles será governador gaúcho a partir de 2023. A saber, em ordem alfabética: Alceu Moreira (MDB), Beto Albuquerque (PSB), Edegar Pretto (PT), Gabriel Souza (MDB), José Paulo Cairoli (MDB), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (DEM), Pedro Ruas (PSol) e Ranolfo Vieira Jr (PSDB).

LUNETA

EM ABRIL

Aparentemente, os partidos que discutem a formação de uma Federação, pelo lado centro-canhoto da política pátria, resolveram dar um tempo. Os dados foram lançados e as exigências (que não serão todas atendidas, como sabe quem negocia qualquer coisa) já são conhecidas. Então, ao que tudo indica, a possível união eleitoral por quatro anos entre PT, PSB e PC do B ficou mesmo para o final do prazo, abril.

DOBRADINHA

Com federação ou sem, na companhia do PSB e/ou do PT ou não, o fato é que em Santa Maria o PC do B já tomou sua decisão, ainda que ela por enquanto careça de formalização. O partido vai apresentar candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Serão os vereadores Werner Rempel e a suplente Maria Rita Py. Só o que não se sabe, ainda, é a que cargo cada um concorrerá.

DESTROS

Pelo lado direito da política santa-mariense também há movimento de candidaturas potenciais para o pleito de outubro deste ano. O Avante, do recém-chegado presidente Gerri Machado (ex-Solidariedade e ex-PT), deverá apresentar o próprio como concorrente a deputado estadual. Enquanto isso, o PSD cogita lançar Dieisson Calvano (Federal) e Marion Mortari (Estadual), da mesma forma que já aconteceu em 2018.

ÚLTIMA

O deputado petista Valdeci Oliveira coroa sua carreira política pra lá de bem-sucedida com a presidência da Assembleia Legislativa, que exercerá neste ano, a partir de 31 de janeiro. O fecho, porém, se dará num novo mandato estadual que buscará em outubro. E é, talvez, a última eleição de que participará, depois de ter sido também vereador, deputado federal e prefeito de Santa Maria.

PARA FECHAR!

Há quem diga, pelas beiradas do emedebismo local, mas também com influência no núcleo diretivo da agremiação, que o vereador Tubias Calil estaria mais que fardado para concorrer à Câmara dos Deputados, numa dobradinha com Roberto Fantinel. Seria, segundo essas fontes do MDB da Boca do Monte, uma forma de cacifar-se internamente. Mesmo eventualmente derrotado, estaria pronto para 2024. A conferir.

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