claudemir pereira

Possível candidatura de Leite ao Planalto implodiria o PSDB/SM

Está cada vez mais claro o cenário, no que toca a Eduardo Leite. Ele será candidato em outubro. A presidente da República ou ao governo do Estado - à parte, nesse último caso, suas assertivas históricas de não disputar a eleição.

No segundo caso, é um claro impulso às candidaturas proporcionais tucanas (Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa), que contarão com um puxador de votos talvez inexistente em qualquer outra agremiação, em nível estadual.

Já na primeira situação, e que é o objeto prioritário deste texto, tende a simplesmente implodir o PSDB no Rio Grande do Sul.

Exagero? Tome-se Santa Maria como exemplo. O colunista falou com graduado dirigente da agremiação. Ponderado, e algo prudente, não chegou a confirmar, mas permitiu supor com clareza que Jorge Pozzobom vai junto com o governador no rumo do PSD, que seria o ninho do então ex-tucano, e abrigo para concorrer ao Palácio do Planalto.

Com Pozzobom só não irão dois ou três líderes sem mandato, que garantirão a fidelidade tucana ao projeto de Leite, e os vereadores, que poderiam perder o mandato - se algum suplente preferir ficar na sigla e reivindicar a cadeira no Legislativo municipal.

Não é demais lembrar: se em março, agora, há o mês da traição dos parlamentares estaduais e federais (e assim deputados tucanos que forem com o governador manterão seus mandatos), vereadores só poderão "pular a cerca" partidária em março de 2024.

Que se diga: embora o brilho dos olhos do governador diante da possibilidade de disputar o Planalto, seus seguidores na província podem não dizer publicamente, mas desconfiam que não seja a melhor opção. Querem Eduardo Leite candidato, mas à reeleição.

Foi por isso, inclusive, que fizeram uma alauza danada na semana passada, durante encontro regional do PSDB do Rio Grande do Sul, numa pressão medonha pró-recandidatura.

Santa Maria, inclusive, chegou a fazer camisetas personalizadas e foi para a capital, onde aconteceu a reunião, quase como se fosse torcida organizada de futebol. Ninguém confessa, mas teve gente fazendo figa em favor da disputa reeleitoral e que está com os dedos cruzados até agora.

A pressão funcionará ou não? Eduardo Leite concorrerá ao Planalto ou ao Piratin ou a nada? A decisão tem prazo: 2 de abril. Até lá, ele se mantém no cargo (sem concorrer a coisa alguma) ou renuncia (para disputar a presidência ou o governo gaúcho). Serão dias bastante animados, os próximos 40. Com certeza.

A escassa presença daqui e da região no comando do MDB

Enquanto os tucanos não sabem seu futuro próximo, por conta da indefinição acerca das opções postas à mesa de Eduardo Leite, o MDB imagina juntar os cacos, depois de uma refrega (aliás, ainda não encerrada) para saber quem será nome do Partido para a disputa ao Palácio Piratini.

Um passo significativo é a convenção marcada para este domingo, 20, no auditório da Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Municipal da Porto Alegre, com chapa única ao diretório estadual e a provável condução à presidência (era o que se dizia, até o fechamento da coluna) de Fábio Branco, prefeito de Rio Grande.

Os formuladores da chapa única se esforçaram muito para formar um grupo capaz de agregar todos os grupos da agremiação, além dos figurões, incluídos os ex-presidentes (Pedro Simon é o principal deles) e bancadas estadual e federal, além de representações de prefeitos, vereadores e outras lideranças significativas.

Nesse contexto, cabe uma reflexão. Santa Maria e região já foram, é a impressão, bem mais ativas e presentes no comando estadual emedebista. Desconsiderando Cezar Schirmer, que está no colegiado como ex-presidente e já indicado pela capital, são apenas dois locais e dois da região, entre os titulares do Diretório.

São eles o deputado Roberto Fantinel e a presidente Magali Marques da Rocha, o vereador (e representante da "categoria") Igor Tambara, de Jaguari, além do também edil, e presidente nacional da Juventude do MDB, Norton Soares, de Restinga Sêca.

Aliás, Restinga também está representada entre os suplentes, através do prefeito Paulinho Salerno. Completa a lista de regionais, o Coordenador de Educação e domiciliado eleitoral e politicamente em Mata, José Luiz Eggres, na primeira suplência do Conselho de Ética.

Ah, de novo desconsiderando Schirmer, indicado pela capital, outra posição importante só a de Roberto Fantinel. O deputado é delegado titular à Convenção Nacional do MDB.

A dobradinha dos tucanos e a robustez do pepista Heinze

DOBRADINHA - Se os tucanos não sabem o que fazer ainda, por conta da indefinição de Eduardo Leite, pelo menos no que toca às candidaturas proporcionais, em Santa Maria está tudo acertado. Fica combinado que Admar Pozzobom está mais que fardado, entusiasmado, para concorrer à Assembleia. E, no dizer de uma liderança do PSDB municipal, o também vereador Givago Ribeiro demonstra "muita alegria" por concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Aliás, dirigentes locais garantem que não vão repetir o comportamento de 2018, quando deixaram a pé o atual secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves. Com apoio apenas formal, e neca de esforços efetivos, o então vereador faz pífios 2.841 votos para o Legislativo estadual.

DESTROS - Até pode mudar a situação, e isso é até possível, mas se o que for chancelado mais tarde, nas convenções, o que é prometido agora, a direita gaúcha verá uma robusta aliança em torno do senador Luiz Carlos Heinze, candidato ao Piratini, pelo Progressistas. Um nome do PTB tende a ocupar a vice-governança e Hamilton Mourão Filho, seja no PP ou, o que seria mais provável, no Republicanos, é o candidato ao Senado.

É claro que há tempo. Mas o outro forte nome destro no Rio Grande, e que, como Heinze, caudatário forte das ideias bolsonaristas, Onix Lorenzoni, do PL, terá de ir à luta por apoios que aumentem seu cacife eleitoral. A conferir os próximos passos.

LUNETA

HÁ QUEM...

O resultado da reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, que determinou a exigência do passaporte de vacinação a vigorar desde o início do próximo semestre letivo, em 11 de abril, colocou muita gente com as barbas de molho. Há quem diga que a decisão dá bem a medida da dificuldade de retorno do vestibular e do Peies, anunciado pela Reitoria, mas pendente de decisão dos conselhos superiores.

TITULAR

Nem nos seus mais doces sonhos, o emedebista Roberto Fantinel imaginaria essa possibilidade. Mas já dá pra dizer que é certo: ele cumprirá seus últimos nove meses na Assembleia Legislativa como titular. Algir Lorenzon já foi até sabatinado e irá para o Conselho da Agergs, se aposentando e abrindo uma vaga para Edson Brum, deputado estadual do MDB, no Tribunal de Contas do Estado.

DELÍRIO

Se saberá só em maio, prazo máximo fixado pelo Supremo Tribunal Federal. Mas acreditar numa Federação que una MDB, PSDB e União Brasil, amarrando interesses díspares dos três num único grupo por quatro anos é, mais que sonho, delírio. Mas há quem creia. E a mídia do centro do País ecoa. Exagero claudemiriano? É? Então pensa em Renan Calheiros, Eduardo Leite, Pedro Simon, ACM Neto, todos juntos. Viu?

RETORNO

Depois dos ensaios, as reuniões da Comissão Representativa, sobe ao palco da política local o novo ano da Câmara e sua renovada direção. Pluralidade é a promessa. E a Agenda Cidadã, com o contato direto entre o contribuinte e o presidente, é a aposta de inclusão de Valdir Oliveira. Como vai funcionar? Terá resultados? Em seguida se saberá, pois o recesso se encerra oficialmente segunda-feira.

PARA FECHAR!

Será interessante observar o comportamento dos vereadores afoitos de 2021 agora em 2022. A coluna já alertou, lá por março, que os edis devem ter claro que o mandato é maratona e não dá para iniciá-lo (e isso foi regra para três ou quatro deles) como se fosse corrida de 100 metros rasos. Sim, faltaria fôlego. Como já se nota, aliás, pelas manifestações repetitivas, sem repertório, dos "atletas" na pista.

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