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Um clube chamado STF

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Para quem acompanha futebol, sabe que alguns clubes são chamados por siglas. Tem o ABC, no Rio Grande do Norte, o ASA, o CRB e o CSA, em Alagoas, o URT, em Minas Gerais, dentre outros. Em Brasília, no Distrito Federal, tem o STF. É a sigla do Supremo Time de Futebol. É um clube com peculiaridades. Nele, por exemplo, os atletas são escolhidos pelo presidente do clube. Não necessariamente por suas qualidades. O importante é cair no gosto do mandatário máximo. Cada atleta, antes de ser anunciado oficialmente, precisa ser sabatinado pelo Conselho Deliberativo, que tem a condição de aprovar ou vetar a contratação. Mas a aprovação é quase sempre tranquila.

O STF, em outros tempos, era um clube discreto. Sabíamos, no máximo, o nome de um ou outro jogador. De uns tempos para cá, porém, o time vem sendo notícia a todo o momento. Por vários motivos. Atraiu os holofotes a tal ponto que, praticamente, já decoramos os 11 titulares. O time não tem treinador. Cada um joga por si. Por isso, o desentrosamento é notório. Falta mecânica de jogo. No elenco, tem atletas de várias características. Tem aquele mais técnico, que faz a articulação no meio de campo, o mais tosco, que chuta a bola para onde o nariz apontar, o mais discreto, que só toca a bola para o lado e assim por diante.

Recentemente, um titular se aposentou. Já estava com idade avançada. O novo contratado chegou sob contestação da torcida. O motivo é que ele teve atuações comprometedoras em alguns momentos da carreira. Mas o Conselho Deliberativo, como se previa, aprovou a sua contratação. Assim, já teve condições de estrear.

O problema do Supremo Time de Futebol é que ele apresenta resultados muito pífios, somado a um custo anual elevadíssimo. Em 2019, por exemplo, o clube gastou em torno de R$ 700 milhões, o que dá, mais ou menos, R$ 58 milhões por mês ou, então, quase R$ 2 milhões por dia.

De acordo com o site do Clube, os 11 jogadores possuem um grande staff. Em torno deles, gravitam 2.450 funcionários. Tem, por exemplo, 25 bombeiros civis, 85 secretárias, 293 vigilantes, 194 recepcionistas, 19 jornalistas, 116 serventes de limpeza, 15 cerimonialistas, 24 copeiros, 27 garçons, 58 motoristas, 12 auxiliares de desenvolvimento infantil, sete jardineiros, seis marceneiros, 10 carregadores de bens, 339 estagiários e por aí vai.

Ah, tem também oito "auxiliares bucais" e três "auxiliares em conservação e restauração". Os atletas também recebem moradia, diárias em hotéis, serviços médicos e odontológicos, além de outras benesses. Ainda são disponibilizados 84 veículos, 10 vans, um caminhão de carga, 12 sedãs, combustível, motoristas, reembolso de gastos em restaurantes e outros.

Os nutricionistas do clube, na tentativa de melhorar o desempenho do time, prescreveram um cardápio diferenciado para os atletas. Incluíram queijo de cabra, figos, carpaccio, ceviche, medalhão de lagosta, carrê de cordeiro, arroz de pato, além de musses e sorvetes. A expectativa é de que, com essa dieta, possam melhorar o rendimento.

O STF é um clube diferente. Não joga para agradar ao seu torcedor. Joga para agradar a seus membros. Com isso, o sócio torcedor que, através da sua mensalidade sustenta toda essa estrutura, assiste perplexo às atuações da sua agremiação. Mas este é o STF. Um clube que decepciona o seu torcedor.

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