plural

PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli

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Tempos Modernos

Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário


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Em 1982, já no final da longa noite da ditadura civil-militar, o cantor e compositor Lulu Santos lançava a belíssima música Tempos Modernos. Uma mensagem de otimismo e esperança de um mundo melhor, com pessoas melhores, logo ali na frente: "Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima do muro de hipocrisia que insiste em nos rodear". Com a redemocratização, parecia que estávamos, lentamente, trilhando este caminho, nos reconstruindo enquanto cidadãos, solidários, empáticos, esclarecidos. E, passados 38 anos da canção, parece o futuro chegou, mas não como gostaria Lulu Santos.

REFLEXÕES DO ISOLAMENTO 

Dia desses, depois de escutar a música, fiquei a refletir sobre o momento em que erramos o caminho. Quando foi isso? Em qual cruzamento tomamos o rumo deste beco sem saída? No início da crise existencial causada pela pandemia da Covid-19, muitos - inclusive eu - tentaram se convencer de que, no final disso tudo, aprenderíamos a ser solidários, empáticos e sensíveis com o sofrimento dos demais; que o isolamento social nos obrigaria a refletir sobre a importância de uma vida compartilhada; que muitos perceberiam que votaram errado; que deixaríamos de lado as picuinhas e entenderíamos que a economia, as finanças, as mercadorias devem servir para as pessoas, e não as pessoas para a economia; que cuidaríamos mais do meio ambiente e das pessoas e rumaríamos para uma sociedade mais consciente de suas limitações e da necessidade de estarmos juntos nesse mundo comum a todos. Enfim, um laivo ingênuo de otimismo e esperança que brotou em meio a tanto caos e morte, talvez como um mecanismo de defesa. Mas, nas ultimas semanas, o choque de realidade me arrebatou.

IGENTE FINA, ELEGANTE E SINCERA

Testemunhamos as vísceras do tipo de seres humanos que esse caminho errado gerou, e que legitima este governo da necropolítica. Um exemplo: um casal, na Barra da Tijuca, abordado por fiscais da vigilância sanitária, sem proteção e em meio à aglomeração desnecessária, profere ao fiscal a frase: "cidadão, não. Engenheiro Civil formado, melhor do que você". Ou, ainda, o sujeito de um condomínio em São Paulo, que diz ao policial "você pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Aphaville (...) eu ganho R$ 300 mil por mês, (...) você ganha R$ 1.000". Ah, uma "curiosidade": todos estes, bolsonaristas. Pois é... o egoísmo, o ódio de classe, a violência policial contra a população pobre e preta e a submissão aos ricos, etc. tudo isso vem à tona e nos faz pensar que ainda estamos longe daquela gente fina, elegante e sincera", da canção de Lulu Santos.

Agro, meio-ambiente e governo

Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário


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O IBGE divulgou que o Brasil tomou a dianteira na produção de soja, ultrapassando os EUA e tornando-se o maior produtor mundial, com 247,4 milhões de toneladas, sendo que para a CONAB a safra será ainda maior, atingindo 251,4 milhões de toneladas.

A boa notícia não fica restrita à soja, já que o IBGE estima que a safra de café e de algodão serão as maiores da história.

Divulgado agora com grande entusiasmo, o Brasil já produz mais que os EUA há muito tempo, especialmente se considerarmos a extensão de áreas ocupadas pela agricultura em cada um dos países. Enquanto o Brasil ocupa 7,6%, os EUA usam 18,3% de seus respectivos territórios com agricultura. Em hectares, são 167,8 milhões cultivados nos EUA contra 63,9 milhões no Brasil.

Inobstante termos nos tornado o celeiro de grãos do mundo, muito diferente do discurso vazio de ambientalistas apenas preocupados em defender bandeiras politicamente corretas, sem, no entanto, abrir mão de sua cervejinha e seu churrasco de final de semana, hábitos estes que sem o agro não seriam possíveis, o Brasil torna-se líder sem maior agressão ao meio-ambiente.

Para o Brasil chegar aos números atuais em termos de produção, não houve expansão em áreas, não tendo havido desmatamento com objetivo de cultivo de soja, especialmente na região amazônica, onde o solo sequer presta-se ao cultivo da gramínea.

ALTA TECNOLOGIA DE EXPANSÃO E CULTIVO

A produção brasileira está alicerçada em alta tecnologia e a expansão de áreas de cultivo dá-se por substituição de pastagens por plantio de soja, bem como o aumento da produção deve-se à biotecnologia, que não só desenvolveu sementes com maior capacidade de germinação e produção, como herbicidas com maior potencial de controle de pragas.

Ainda, antes que digam que o atual governo é responsável pela "liberação" de um grande número de novos agrotóxicos, o que foi anunciado em 2019 por uma imprensa comprometida em atacar o governo e recuperar seus bilhões perdidos com a chegada do novo habitante do Palácio da Alvorada, dos 51 "novos" herbicidas liberados ano passado, 44 são compostos pelos mesmos princípios ativos dos produtos que já estavam no mercado, sendo seus "genéricos" e o único efeito produzido por eles foi na economia, por serem mais baratos.

NOVOS RECORDES ECONÔMICOS VIRÃO

Quando oposição e imprensa espalham "fake news", acusando o agro, suas preocupações são muito mais em razão do apoio do setor ao governo do que qualquer outra "boa intenção".

Se melhorarmos e aumentarmos nossa industrialização e mantermos o PT longe dos cofres públicos, novos recordes econômicos virão.  

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