diário da esperança

Platonicamente real

Platão, filósofo e matemático grego nascido em 428 a.C., escreveu muito sobre o mundo ideal, reações perfeitas, amores imaculados, enfim, o Platonismo. Coisas e amores tão perfeitos que não cabem no mundo real. Quando falamos em amor platônico, por exemplo, estamos a transitar no mundo das ideias, no mundo da utopia, no mundo fantasioso.

Para ser mais claro e contemporâneo, vejamos uma palavra popularmente conhecida entre os mais novos dessa geração: Crush. Palavra inglesa para "colidir" ou "esmagar", sendo dito como um sentimento esmagador por uma das partes. Ou seja, uma nova roupagem de amor platônico.

Dito isso, Platão e Crush no mesmo texto, vamos expandir a reflexão ainda mais para concretização desses amores impossíveis. Porque amar no mundo ideal é tão - ou mais - sofrível que amar no mundo real.

O mestre divisor do tempo em antes e depois dEle: Jesus Cristo, disse certa feita que amou os seus que estavam no mundo e os amou até o fim (Evangelho de João, capítulo 13, versículo 1, Bíblia Sagrada). Seu objetivo era dizer que amou platonicamente no mundo real. Amou, de forma perfeita, pessoas imperfeitas, a saber os 12 discípulos mais próximos, os quais todos defeituosos de fabricação, como citamos abaixo:

- São Pedro impetuoso, explosivo e armado

- São Tomé, o duvidoso e questionador

 - Judas Escariotes, avarento, corrupto e desviador de dinheiro

E a lista segue! Mas, mesmo assim, Jesus os amou e amou até o fim. Jesus não se aproximou de pessoas perfeitas e imaculadas. Ele não amou só o perfeitinho, o riquinho, o sabiozinho? Ele amou mesmo o pecadorzinho, o pobrezinho, o necessitadozinho.

Lições de vida:

- Amar pessoas consciente de suas limitações e imperfeições

- Não esperar divinação de ser humanos economiza sofrimentos

- Amar as pessoas como se não houvesse amanhã - e na verdade não há - nos soma alegrias

Assim, viva um platonismo real, por mais paradoxal que seja, ame de verdades pessoas reais, nunca esquecendo o conselho de Millor Fernandes: "Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos bem". 

Texto: Arnoldo Machado
Palestrante ativacional e teólogo

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