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O poder fascina e corrompe

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Jean-Jacques Rousseau sentenciou: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe". Sempre somos bons e honestos ao nos compararmos com outro, mas é quando a corrupção chega a nossa porta, é que devemos usar o poder para modificar o que está errado e trabalhar do jeito certo em prol de todos e da sociedade, e não sermos usados pelo poder.

Mas não é assim. Somos todos apaixonados pelo poder e fascinados com o que poderemos fazer uma vez no exercício de qualquer poder. Começa pelo poder familiar onde ainda impera o paternalismo. Com as exceções que confirmam a regra, o poder familiar, e mais, acentuadamente, o poder paternal, é exercido com inspiração autoritária, impositiva. O eleito para síndico de um condomínio, por menor que seja, é investido de um poder intocável. Não aceita, como regra, ser contrariado e se sujeita a exercer seu mandato em muitos casos para satisfazer seu ego.

Passemos para a exercício de funções públicas, quaisquer que sejam elas. O funcionário público, investido do poder de agente do estado, se traveste de intocável e não admite sequer ser cobrado por quem ele deveria servir. Os exemplos estão em todas as repartições públicas, mesmo nas funções delegadas, como cartórios e tabelionatos.

Passemos, finalmente, para as funções públicos exercidas por eleitos. Meus Deus! A luta para se manterem exercerem o poder é insana.

Temos exemplos de alguns que vem se elegendo há mais de 30 anos sem nunca terem contribuído em nada em favor da sociedade.

Alimentam seu clientelismo e cooptação de votos a qualquer custo, contanto que tenham a perpetuação no poder que exercem. Ninguém abre mão em favor de seus propósitos. Encontram as formas mais inusitadas para garantir, sempre com mais facilidades, as renovações de seus mandatos.

Vejam, por exemplo, as distorções das emendas parlamentares. Descobriram o seu uso em favor dos mandatos e estenderam para as câmaras municipais e assembleias legislativas esse benefício anacrônico, que nada têm de relação com a função que deveriam exercer.

A par disso, legitimam a corrupção, em todos os quadrantes, e quem ouse tentar combater isso recebe os mais variados revezes, passando a ser enquadrados como perseguidores. O caso mais fantástico e quase eterno é o do Paulo Maluf. A vida toda sob denúncia e processos por corrupção e sempre se reelegendo, só deixando de fazê-lo ao final da vida. Todos são venerados pela população.

Desinteressa que façam errado, desrespeitem a lei e a Constituição, que ignorem a ordem democrática. Exercem o poder e este fascina a todos nós, nos encanta e, por isso, não se dá importância alguma ao correto. Acabamos, todos, legitimando a corrupção e aos desmandos institucionais e não diferenciamos o certo do errado.

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