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Júlio De Castilhos, 130 anos de emancipação

Estou aqui, da janela da vida, a contemplar longamente a trajetória da minha terra, da minha cidade-mãe, a quem devoto muito carinho e que um dia há quase duzentos anos, o curitibano João Vieira de Alvarenga aqui chegou com muitos sonhos, viu que a terra era fértil e o durasnal plantado sobre a coxilha era belo, montou acampamento e fez morada, porque era magnífica e boa a vista.

Foi crescendo com sua gente, povo novo, com ideais e amor a terra e aos durasnais, que trabalharam arduamente e buscaram a riqueza e cultivaram a beleza da natureza, só poderia um dia tornar-se uma vila rica.

Vila Rica que no longínquo 14 de julho, inverno de 1891, através da pena do Dr. Fernando Abott, que assinou o Ato n°607, recebia então a certidão de emancipação e nome que adotou até 1904, quando em homenagem ao patriarca, filho ilustre, passou a chamar-se Júlio de Castilhos, que honra até o dia de hoje.

Muitas foram as gerações e as mais variadas etnias, gente de melenas louras, como alemães e italianos e outros de tez morena, como negros e açorianos, que formaram a população e que construíram a história, contada pelos gestores da memória, que nos fazem empreender uma longa viagem de mais de duzentos anos, do presente ao passado, retornando com algo que convida a todos os castilhenses a refletir quanto as experiências das gerações passadas.

Hoje, olho minha cidade, que não é nenhum exemplo de metrópole pujante, mas provinciana, guardando hábitos bucólicos, edificada no coração do Rio Grande e cercada pelo restante do mundo, simples, modesta, mas valorosa, que em meio a discussões sobre atuais e antigos problemas, mas com os pensamentos e corações de sua gente voltados para o futuro, busca novas perspectivas com a força e solidariedade do seu povo.

Este 14 de julho é um dia memorável, porque é o aniversário da nossa terra, que incessantemente teimo em amá-la e orgulhosamente exaltá-la com paixão, apesar das maledicências daqueles que são pouco telúricos.

Não sou egoísta e sei que são muitos os que te querem bem e também cultivam este amor, são nativos como eu ou que a adotaram, tantos teus atributos, que apesar de estar envelhecendo, continuas boa, generosa e acolhendo a todos que aqui vivem e a amam como eu.

Foi nesta terra que meus antepassados, tal qual Alvarenga, aqui chegaram e fizeram morada, sonharam, trabalharam, progrediram e nesta mesma terra plantaram sementes e seus filhos viram nascer, onde também vi meu filho nascer, crescer e amá-la.

Não é difícil perceber de quantos motivos me valho, sem favor algum, para fazer esta pública declaração de amor e gratidão, que quero dividir com todos que comungam deste mesmo pensar, em uma grande e festiva convenção.

Gosto muito de viajar por outros recantos, mas retornar sempre é melhor, porque aqui estão minhas relíquias e é minha morada, na minha alma que guardo a aldeia que nasci e tal qual João Vieira de Alvarenga, desejo rever o Charolês e o soja nas nossas coxilhas verdejantes. Parabéns nossa Júlio de Castilhos, terra de Vila Rica.

Texto: Élton Elmar Cechinel Engres
Advogado

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