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     data-filename="retriever" style="width: 100%;">Duvido que adiante, mas vai o pedido: não atribuam crédito ou culpa ao STF, tampouco à sua Segunda Turma, ou mesmo àqueles dois e àquela uma que formaram a maioria capaz de fulminar as decisões judiciais oriundas lá da capital paranaense a respeito da operação anticorrupção mais afamada da história republicana do Brasil. Não há razão alguma para bem dizê-los os que faceiros com o julgamento, nem para mau querê-los os indignados com o que foi prolatado. Se o fizerem, quaisquer de ambas as posições, incorrerão exatamente naquilo que em momento ido ou atual, conforme a conveniência do lado, reclamou em brado, logo, injustiça.

As inegáveis conquistas da Lava Jato, com efeito, não foram jogadas fora na terça-feira última. Ora, não há mérito em quem cumpre obrigação! E, ora novamente, a culpa nunca é de quem descobre, de quem conta, de quem sanciona! A culpa é de quem faz.

Ao sucumbirem às tentações mundanas da fama, subjugando a correção dos atos em homenagem às repercussões desejadas a propósito de suas peripécias, os agentes que fizeram o que fizeram quando juiz e acusadores puseram a Justiça a perder. E só a Justiça, não o Judiciário ou Ministério Público Brasileiros, pois as instituições são infinitamente melhores que eles.

Sabiam que importante, mesmo, era não descurar do devido processo legal, que o que é justo só se alcança ao abrigo e à luz das regras processuais, da lisura no processamento e probidade no exercício das funções. Mas não. Naqueles calores e naquela hora, o que importou mesmo foi o holofote, foi o som musical dos próprios nomes no rádio, na televisão, no jornal, na internet, na boca do povo.

Foi preciso mais pressa, mais alarde, para saciar a sede e a volúpia de ver cada vez mais fotos em camisetas verde/amarelas, faixas nas ruas e postagens em redes sociais em que se lia a adoração explicita por frases como "somos todos" ele. Aproveitaram-se daquela pobre, vulnerável e inconsciente gente que, sedenta de justiça, acreditava em lobos, heróis solitários.

Aliás, mesmo seus adoradores foram advertidos dos potenciais danos futuros, agora atuais, à operação, em razão de todo o espetáculo. Mas não adiantava. Cada ato, cada manchete, era comemorado como gol em partida final de campeonato futebolístico, aos brados de muitos a abafar os argumentos de alguns. Gols em impedimento, infelizmente...

Eis o resultado: auxiliaram ao réu. Talvez até mais que seus próprios advogados. Aqueles tudo precipitaram e subverteram, estes, só coletaram provas e relataram tudo à instância que agora, diante do há muito sabido, tutelou. Causa e efeito, nada além disto.

O grande protagonista do heroísmo de tolos não abandonou a toga e deixou de ser juiz quando se exonerou para ser tornar o péssimo ministro de justiça que foi.

Ele deixou de ser juiz muito antes, quando priorizou os louvores ao próprio nome, ao preferir aproveitar o momento de glória frugal e ao saborear a retroalimentação entre si e seus admiradores ludibriados.

Agora, será necessário reiniciar. Bela contribuição a vaidade e a precipitação trouxeram ao combate à corrupção.

Em tempo, a Justiça reclama reconhecimento a quem de direito: minhas saudações aos milhares de magistrados e promotores de verdade Brasil afora e que, apesar da dedicação, moralidade e comprometimento público nunca tiveram suas fotografias estampadas em sequer uma camiseta

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