sociedade

Eu, você e Sri Prem Baba: amor ou medo?

da redação


De que maneira você prefere viver as experiências da sua vida? Você pode escolher viver pela via do AMOR ou pela via do MEDO. Aprendi com Sri Prem Baba, mestre espiritual brasileiro pertencente à linhagem indiana Sachcha, a técnica e os benefícios de escolher a via do Amor. E quanto maior o meu êxito em Ser e Dar Amor, mais Amor atraio e, consequentemente, mais felicidade e prosperidade eu crio.

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Se escolher o amor, você buscará ser generosx, paciente, compreensivx e compassivx, por exemplo. Se escolher o medo, você julgará e poderá ser agressivx, impaciente e intolerante, vai querer dominar e competir, poderá ser inseguro, ressentido ou, enfim, conduzirá seus pensamentos e ações a partir de qualquer outra negatividade dirigida a você mesmo ou aos outros. O que escolher é o que necessariamente receberá em troca.

Estes ensinamentos não são originários ou exclusividade de Prem Baba. Estão em Krishna, Buda, Jesus e inúmeros outros seres humanos da antiguidade e contemporaneidade. E mesmo assim praticamente todos nós optamos pela via do medo. É assim na política. É assim na televisão (vocês já repararam o que são os diálogos de uma novela?!). É assim comigo ainda inúmeras vezes. É assim dentre o público espiritualizado.

Queremos escolher o amor, mas agimos pelo medo e, consequentemente, cometemos o que consideramos erro ou maldade. Alguns dizem que é assim devido a nossa pré-história, em que o medo foi ferramenta fundamental da nossa sobrevivência. Outros dizem que é assim devido a choques de desamor que vivenciamos na infância, ainda que fruto exclusivamente de fantasia ou imaturidade infantil. Eu acredito que estes dois motivos sejam válidos, além de tantos outros. Não importa.


Foto: Divulgação
Sri Prem Baba

O fato é que faz parte da nossa caminhada evolutiva exatamente transitarmos do medo para o amor; do julgamento para a compreensão; da intolerância para a compreensão; da dominação para o compartilhamento.

Prem Baba cometeu um grande erro há 10 anos atrás. E como toda ação tem um consequência (Lei do Karma), que, no caso dos erros/maldades, visam educar à ação correta, a consequência da sua antiga ação chegou há poucos dias, quando as mágoas e dores vieram à tona.

O único momento que temos é o presente. É apenas neste que nos cabe buscar fazer o nosso melhor. O passado não há como mudar. E do futuro nada sabemos. Se no passado Prem Baba cometeu o erro de se envolver com uma mulher casada, sendo ela e o marido seus discípulos, no momento presente ele reconheceu desde o início este seu equívoco, pediu perdão, explicou os desafios que, enquanto ser humano, passava na época e reconheceu explicitamente o que ele chamou de "maldade" que ainda carregava no seu interior. Ou seja, no antes o medo prevaleceu, mas no agora sua escolha foi pelo amor.

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Enquanto ser humano apreciando o contexto pelo qual estão passando outros seres humanos, sofri na compaixão das dores de todos os envolvidos. Optei pelo amor, e não pelo medo, e, ao invés de julgar, condenar ou exercer minha intolerância e hipocrisia, busquei exercer a empatia e me reconhecer no lugar de quem também erra - e muito!

Compreendi que em ninguém devemos depositar o peso das nossas expectativas, especialmente expectativas sobre humanas. Isto porque sei o quanto a nossa cultura se sustenta em inúmeros mitos de supra humanidade: esperamos dos outros e inclusive de nós mesmos que não erremos; dos juízes, que julguem a partir de um estado objetificado e surreal de neutralidade; dos psicólogos, que se mantenham imunes à relação com o paciente; dos mestres espirituais, que sejam Deuses.

Busquei dar o que sempre espero receber quando vacilo e o medo me domina me levando aos mais variados tipos de equívocos. Dei o que me esforço para dar a todos os seres humanos, independente se são da minha família, pessoas com quem simpatizo, pessoas com quem tenho divergências, políticos (aproveitando o momento eleitoral tão desafiador neste sentido) e, porque não, seres que se dedicam a se tornar seres humanos melhores (espiritualistas), bem como ajudar outros a conquistarem o mesmo.

Diferente da minha escolha, muitos parecem ter optado pelo medo diante da situação do Prem Baba (e também, o tempo inteiro, diante de outros tantos seres humanos), que tem sido alvo de algumas manifestações bastante agressivas. O desconhecimento dos ensinamentos dos grandes mestres de todos os tempos é justificativa razoável para tanto. Mas acredito que haja outros motivos também, uma vez que parte dos seus críticos supostamente conhecem os mandamentos de Amor. Afinal, por que tanta raiva? Que projeções coloquei sobre ele que agora não consigo suportar? Ou o que ele representa para mim que me sinto vingadx quando de uma possível suposta "queda" sua? Que medo carrego que tem me impedido ser amor neste momento?

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"Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo." Esta frase que alguns atribuem a Freud, tem muito a nos ensinar. Um excelente hábito de autoconhecimento é o de fazer uma autoanálise toda vez que julgamos, em pensamento ou palavras, uma pessoa ou atitude:

  1. por que não consigo amar - compreender, ter compaixão, ... - o outro? E não vale dizer que o outro descumpriu com normas ou princípios que você preza muito. Afinal, você nunca descumpriu/descumpre normas ou princípios que alguma pessoa preza muito? Por que será que o outro cometeu determinado erro? Será que por pura vontade consciente de fazer mal aos outros ou porque, na sua fraqueza, não conseguiu fazer diferente ainda que sua intenção não fosse, de modo algum, fazer mal a alguém? 
  2. que medo esta situação desperta em mim? Por que ajo conforme determinada forma de manifestação do medo - intolerância, agressividade, julgamento, raiva etc - diante dessa situação? O que de mim ela está mostrando?

Normalmente temos mais dificuldade de ser e dar amor a dois tipos extremos de pessoas com quem nos relacionamos: a) pessoas com quem convivemos muito e, portanto, supostamente amamos ou queremos amar e b) pessoas que odiamos ou de quem ao menos não gostamos muito. Acontece que o fato de eu amar uma pessoa e consequentemente exigir dela a perfeição (a ausência do erro e maldade) ou o fato de eu odiar ou não gostar muito de outra e portanto ter a tendência de incriminá-la é responsabilidade exclusivamente minha. Eu que me resolva com meu amor idealizado e que me entenda com os medos - e suas derivações - que manifesto diante de alguém ou alguma situação.

Prem Baba sempre me ensinou sobre o amor e tenho toda fé neste modo de se relacionar e ver o mundo, pois a sua prática (muito mais importante que a sua teoria) é extremamente eficaz, ainda que considerando a sua forma e o seu tempo de se manifestar, coisa que devemos desapegar de querer adivinhar mentalmente.

Agora, me ensinou também sobre humildade, coragem e honestidade pelo reconhecimento de toda a situação, seu erro e sua maldade. Se eu esperava que isto não tivesse ocorrido? Sim. Claro que sim. Mas se este irmão, que considero bastante adiantado na sua caminhada evolutiva devido a tudo e todos que ensina e cura, cometeu um erro do qual se arrepende e pede perdão, que me resta fazer? Adianta sustentar o julgamento? Por que o ódio?

Não considero que dos discursos do Prem Baba se possa concluir ele nunca tenha "pecado", nem mesmo que se tornou um ser humano perfeito desde a iluminação. Evoluído, sim. Perfeito, não. Da mesma forma, ele, assim com Krishna e Jesus, que são os que conheço mais, sempre foram explícitos em que o verdadeiro mestre está no nosso interior, no nosso coração, intuição, Eu Maior, eu divino, como preferir.

O mestre teria a função apenas de auxiliar na caminhada, como quem, já tendo percorrido um determinado caminho, dá ao outro as dicas sobre o destino e especialmente o trajeto. Afinal, alguns de nós talvez já estejamos bem conscientes do quão difícil em alguns momentos é identificar qual é a voz do amor, diferenciando-a do medo. Então, uma alma mais velha, alguém mais experiente, serve de grande ajuda! Assim como acontece com a orientação que extraímos de livros e professores em geral e com relação as outras áreas da nossa vida.

Do Prem Baba ainda se fala da questão financeira e do seu envolvimento com políticos. Como este não é o foco, não vou me estender. Só quero dizer que a prosperidade financeira é consequência natural a quem conhece e observa as leis universais do amor, a não ser que o conforto material não esteja no seu Dharma. Com relação aos políticos, lembro da resposta de Jesus quando questionado e criticado por jantar na casa de cobradores de impostos: "O médico não está entre os sãos. Ele deve estar entre os doentes" (nas minhas palavras aproximadas).

Prem Baba errou no passado. Mas não mentiu e isto faz toda a diferença, já que ele só tinha o presente para escolher ser amor e não medo. Não é possível retroceder. Para mim esta situação toda somente reforça a minha crença e luta pelo que é basilar nos seus ensinamentos: me tornar um canal humano do amor e, na medida do possível e que me for permitido, ajudar a outros no mesmo. Esta é a nossa missão. Esta é a nossa verdadeira e grande chave para a felicidade.

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