Câmara de Vereadores discute com a RGE os problemas do abastecimento de energia elétrica em Santa Maria

Câmara de Vereadores discute com a RGE os problemas do abastecimento de energia elétrica em Santa Maria

Foto: Nathália Schneider (Arquivo Diário)

Registro dos estragos depois de dois dias após temporal intenso, em 16 de janeiro deste ano. Diversos clientes ficaram sem luz, e guardaram horas para o restabelecimento.

Para tratar de assuntos referente à distribuição de energia elétrica pela RGE aos santa-marienses, a Câmara de Vereadores criou uma Comissão Especial. Nesta quarta-feira (27), os integrantes se reuniram com representantes da concessionária. Os problemas foram apontados, em sua maior parte, quanto ao tempo de reabastecimento do serviço após eventos climáticos. A falta de comunicação entre a empresa e a prefeitura também foi ponto discutido em diferentes momentos da conversa. 


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O presidente da Comissão, Adelar Vargas (MDB), indica que a comissão foi criada devido às condições do serviço em Santa Maria. Entre os vários assuntos, ele resume: 

–  Além da falta de energia, falamos sobre a substituição de postes de concreto, onde, muitas vezes, a RGE perfura o fluvial. Outra questão que estamos cobrando bastante é a extensão de rede elétrica em locais que estão passando por regularização fundiária. Existem mais de 13 comunidades em Santa Maria que precisam ser beneficiadas com a energia elétrica. Cobramos também a poda de árvore. E claro, o retorno da energia elétrica, principalmente, nas localidades rurais. Demora, muitas vezes, 10 dias para restabelecer a luz. Estamos junto ao órgão regulador pedindo que o cliente possa parcelar a conta de luz em mais de três vezes. Isso é importante para a comunidade.   

Em resposta, o gerente de operações de campo da RGE, Bruno Soares, aponta que há um plano robusto de investimentos, tanto em melhoria na qualidade da rede, dos serviços como no plano de manutenção estrutural da rede. E salienta os desafios:     

– Sabemos que temos que melhorar. O maior desafio, não só em Santa Maria, é como vamos construir junto com a comunidade, sociedade e poder público o convívio harmonioso entre vegetação  e o sistema elétrico para garantir a segurança da população. 


O próximo passo da comissão é uma reunião da concessionária com integrantes da prefeitura para afinar os pontos ainda incongruentes.  

A Comissão Especial da RGE é integrada, também, por Helen Cabral (PT) (vice-presidente)e Juliano Soares (PSDB) (relator). Também esteve presente o procurador jurídico da câmara, Lucas Saccol Meyne. 

Entre os representantes da RGE, estavam o gerente de operações de campo, Bruno Soares; o consultor de negócios e gerente de relacionamento com o poder público, Pablo Porsch. 


Questionamentos 

A seguir, as perguntas realizadas pela comissão de vereadores durante reunião. Na sequência, as respostas dadas pelos representantes da concessionária. 


  • Na explicação realmente parece um serviço ideal, mas na prática não é exatamente assim que está ocorrendo em SM. (Nos temporais), pessoas que usam insulina, e pessoas com Bolsa Família, que a única coisa é o que tem na geladeira, perderam tudo, pois o problema não é resolvido dentro desse prazo. E várias regiões da cidade ficam em meia fase, fase 1. 

RGE: Mesmo na meia fase, o nosso indicador lê como falta de energia. Assim, tem a mesma prioridade.


  • No distrito de Santa Flora, quase 10 dias para ser resolvido o problema. Assim como em outros. Campestre, bem perto da barragem. Região inteira do Bairro Boi Morto. Nova santa marta, Parque pinheiro. Não houve resposta dentro dessas 48 horas. 

RGE: Somos sensíveis a essa questão. Pode ocorrer casos isolados. Pedimos sempre, que os clientes liguem, façam contato pelos canais de atendimento, o máximo possível para identificarmos que é um problema regional, e priorizarmos a região. Em relação aos casos específicos, desde o horário que o primeiro cliente liga, consideramos que toda área está sem luz também. 


  • A secretaria de Habitação reclama das novas instalações em casos que envolvem locais de regularização fundiária. Nova santa maria, progresso, Gare e Bela União, por exemplo.

RGE: É do nosso interesse disponibilizar o serviço à todos. Quando a instalação  não avança, geralmente esbarra em uma questão legal, jurídica ou ambiental. Somos total interessados, mas precisamos estar dentro das diretrizes da Aneel. 


  • Conforme as reclamações, a RGE troca os postes, e a empresa não repõe a luminária. A secretaria de Obras indica que não há uma comunicação. Há casos também, em que a instalação do poste afeta a rede pluvial, e isso dá problema.

RGE: No processo atual, a contratada deve instalar o novo poste e colocar a luminária como estava. Se não der para instalar, devem amarrar e pendurar no próprio poste. Não é para entregar na prefeitura/secretarias, por exemplo, como era feito anteriormente. Devem sinalizar para o cliente, e ele mesmo deve abrir protocolo para a prefeitura para instalar a luminária. Isso foi acordado com a própria prefeitura. 


  • Tivemos várias reclamações quanto a galhos e restos de árvores que são podadas e não são recolhidos. Passam mais de 10 dias e vão para bueiros. 

RGE: Sim, houve problemas com a contratada. Estamos cobrando. Nesses casos, podem ser geradas multas. A empresa Sustentasul Engenharia Ambiental é a terceirizada responsável. Estamos trabalhando com isso e aceitamos, inclusive o retorno de vocês.


  • Sobre as reclamações quanto ao serviço da RGE, elas devem ser direcionadas à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs)? As multas que vocês pagam vão para onde? 

RGE: As reclamações podem ir para dois caminhos. O pagamento de multa de maneira compensatória. E, nesse caso, pago direto para o cliente na fatura. E a Aneel, por meio da Agergs, tem poder de aplicar sanções, multas, se foi identificado falhas no atendimento. Gera-se multa, e se validada, a RGE deve pagar multa ao órgão regulador. E ele gerencia o valor.  


  • Qual foi o nível de ampliação para a universalização do serviço? 

RGE: A universalização foi comprida em 2008. O acesso ao serviço a todos os clientes que o solicitam é cláusula já cumprida. Salvo, as áreas de regularização fundiária, que impossibilita judicialmente a prestação do serviço. Precisamos dos trâmites legais de regularização. 


  • É verdade que a RGE vem notificando os clientes para podar árvores?

RGE: Se está dentro do terreno, no pátio do cliente, é de responsabilidade do cliente fazer a poda para não chegar perto da rede. As equipes vão, fazem a manutenção, e estão deixando aos clientes a notificação para indicar a responsabilidade. 


  • Tivemos um caso específico em que um morador não recebeu a conta, e foi até a sede. Tinha uma fila enorme. Esperou 50 min para conseguir uma fila e 1h40min para resolver o problema.

RGE: É tempo demasiado. No atendimento, estamos investindo na digitalização. Ainda sim, sabemos que o atendimento na agência é importante também. Temos indicado o monitoramento do tempo. E podemos avançar com o assunto para soluções dessas questões.


  • Um dos maiores questionamentos é sobre o ressarcimento quando os problemas na rede geram a queima de eletrodoméstico. 

RGE: Precisam prestar contas sobre todas as ações. Logo, seguimos pré-requisitos para isso. Temos procedimentos regulados que dizem o que eu preciso para compensar um cliente que queimou tv, geladeira, o que for. Principalmente, precisa é pegar o orçamento técnico que diga ‘foi realmente por falta de energia’, para evitar fraudes


Investimento em Santa Maria 

Na reunião, os representantes da RGE apontaram os investimentos em Santa Maria. Um deles é a sexta subestação, prevista para 2026. Ela está sendo construída no terreno da Perimetral Dom Ivo Lorscheiter. A estrutura serve como um sistema de proteção, controle, transmissão e distribuição de energia de alta potência da fonte geradora até a unidade consumidora.


Estrutura 

  • 87% dos postes já são de concreto. A meta é alcançar 100% em 2027 
  • Cinco Subestações em Santa Maria. A sexta está sendo construída 
  • Duas bases operacionais, no Bairro Camobi e outra próxima Trevo dos Quartéis
  • 31 equipes próprias, em que cada uma delas têm 2 a 3 colaboradores
  • 17 equipes pesadas de responsabilidade de uma empresa terceirizada 
  • Pré desafios climáticos – acionam o plano de contingência, aumentam o time, monitoram a evolução das condições climáticas
  • Pós desafios climáticos – Plano de ação com o Comitê de crise e Comunicação de crise com prefeituras e hospitais, por exemplo 
  • Desafios climáticos – A indicação é que os clientes entrem em contato pelos canais de relacionamento para indicar a falta de luz 


Investimentos (R$ Milhões)

  • 2019 – R$ 12,3 milhões
  • 2020 – R$ 16,9 milhões
  • 2021 – R$ 20,8 milhões
  • 2022 – R$ 68,7 milhões 
  • 2023 – R$ 35,3 milhões 
  • Total –  R$ 154 milhões


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