Foto: Arquivo Pessoal
Fundado há oito anos por um grupo de amigas, o bloco Nefertites está pronto para cair na folia na Severino de Almeida
Milhares de jovens são esperados em Jaguari para pular o Carnaval. A cidade chega a triplicar de população na época da folia. Boa parte da gurizada costuma se divertir nos tradicionais blocos carnavalescos. Há vários desses grupos, porém, não se sabe quantos. Um deles é o Nefertites, com 18 integrantes. Formado apenas por meninas, reúne amigas que se conhecem desde pequenas. Algumas são universitárias e moram em outras cidades.
- Somos amigas desde a pré-escola - conta Bruna Kapper, 21 anos, estudante de Direito em Pelotas.
Ela e as amigas Vitória Rigon, Anelise Limana e Isadora Kurtz, as três com 22 anos, fundaram o bloco há oito anos, com as outras gurias.
- A gente nunca se separa. Sempre estamos juntas - acrescenta Vitória, aluna de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O quarteto garante que Jaguari "tem o melhor Carnaval do Brasil".
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O estudante de Engenharia Elétrica da UFSM Jeferson da Silva Minuzzi, 20 anos, o Jefinho, integra dois blocos: H-lera, com 23 integrantes, e Irertnoc, com 18. Durante o dia, eles se reúnem em um QG perto da avenida para descansar e se divertir.
- Já estamos reunidos desde a semana passado, fazendo festa. Acredito que fomos os primeiros a começar _ conta.
Foto: Arquivo Pessoal
Junção dos blocos H-lera e Irertnoc, em Jaguari, começou há uma semana com muita diversão
FESTA COM ECONOMIA
Para economizar no transporte e garantir mais dinheiro para gastar na festa, foliões adotam estratégias, desde pedir carona na fanpage do evento, dividir gastos e contratar serviço de transporte com outras pessoas. Foi o que fez a estudante de Direito e gerente de vendas Gabriela Coelho, 23 anos, moradora de Santa Maria. Ela e um grupo de amigos contrataram um micro-ônibus e, para cobrir os custos, venderam lugares.
- A gente cobra R$ 50 por pessoa e garante as despesas. Compensa mais que alugar uma casa e pagar comida - explica Gabriela.
Três balneários seguem impróprios para banho
O micro-ônibus, com capacidade para até 30 passageiros, já estava com as vagas fechadas para três noites. O veículo leva os foliões até Jaguari e, no fim da diversão, os traz de volta ao destino. No caso, Santa Maria.
O CASAL AMIGO DOS FOLIÕES
Renito Luiz Bolzan, 67 anos, e a mulher, Nádia Dornelles Bolzan, 65, ambos professores aposentados, acampam no Clube de Caça e Pesca de Jaguari (Capejar) há duas décadas. O casal mora em Santiago e, quando os filhos eram mais jovens, a família era mais adepta da folia.
- Este espaço aqui ao redor da nossa barraca chegou a receber mais de 30 guris - relembra Bolzan, aos risos.
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Quando os filhos se casaram, as aglomerações ao redor da "casa de veraneio" diminuíram, mas não deixaram de existir.
- A gente sempre recebe filhos de amigos, que vêm acampar aqui no Carnaval - conta Bolzan, que, ao longo de duas décadas de acampamento no mesmo lugar do balneário, fez pequenas benfeitorias.
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Na barraca de quatro quartos, há uma cozinha improvisada, onde os Bolzan costumam dividir as refereições com a galera que vai brincar no Carnaval. E, quase sempre, rola um churrasco.
- Aqui, sempre tem lugar - garante o casal.
