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VÍDEO: como está a menina dada como morta ao nascer no Husm

Dandara Flores Aranguiz

Foto: Renan Mattos (Diário)
Bianca (no colo) conta com o carinho do irmão, Marcos Henrique, da mãe, Tieli, e do pai, Marcos Renato

Dois meses depois de ter sido encaminhada ao Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre, para fazer uma cirurgia no coração, a menina Bianca Vitória Silbershlach Cézar, de 1 ano e 9 meses, já está em casa. Ela recebeu alta no dia 12 de novembro, após passar por cinco procedimentos cirúrgicos na Capital. Na semana que passou, a reportagem do Diário foi à casa de Bianca e conversou com os pais dela


A luta da família começou no dia em que Bianca nasceu, em fevereiro de 2017, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), quando ela chegou a ser dada como morta após o nascimento.

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- Eu não lembro do parto, só a parte que eles me deram anestesia. O parto foi às 13h30min, e eu só acordei às 15h. Quando eu abri os olhos, o médico já veio me dizer que ela não tinha resistido, que tinham tentado reanimar, mas que ela veio a óbito. Eu estava ali sozinha, sem ninguém, só queria o meu marido do lado - conta a mãe, Tieli Martins Silbershlach, 32 anos.

Cerca de seis horas depois, uma enfermeira encontrou a menina na sala do expurgo (sala responsável por receber, conferir, lavar e secar os materiais usados no Centro Cirúrgico e Unidades de Internação) e, suspeitando que ela ainda estivesse viva, acionou a equipe médica.

De lá para cá, a vida da família inteira mudou, com rotinas de internações e cirurgias. Ao todo, já foram quase 30 procedimentos realizados. Bianca nasceu com hidrocefalia, paralisia cerebral e microcefalia. A história da menina só veio a público em setembro deste ano, quando os pais fizeram um apelo após ingressar com um pedido judicial de liminar, que garantiu leito e tratamento em Porto Alegre para fazer a retirada de trombo e vegetação em veia cava superior do coração.

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- A gente vai se virando, damos um jeito. Tem dias que eu trabalho, tem dias que eu tiro folga para poder ajudar. A gente tem de estar sempre disponível. A única coisa que a gente espera, depois de tudo o que passamos, é por justiça. Ela precisa de fisioterapia em casa, e brigamos pelos direitos dela. É nossa guerreirinha, voltou e, agora, para ficar - relata, emocionado, o borracheiro Marcos Renato dos Santos Cézar, 31 anos, pai de Bianca.

O CASO
A família de Bianca já ingressou na Justiça, em dezembro de 2017, com uma ação de reparação por danos morais e materiais contra o Husm, um médico, cinco residentes e contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O processo corre em segredo de Justiça. De acordo com a advogada Ania Kliemann, que representa a família, até agora, nenhuma pessoa foi ouvida em relação ao caso.

- O processo está numa fase prévia, de produção de provas. Estamos aguardando que seja feita a perícia para, depois, dar encaminhamento às audiências - explicou a advogada.

Agora, é preciso aguardar o aceite, ou não, do perito nomeado para que o processo prossiga.

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- A gente chegou a cruzar pelo médico (que fez o parto de Bianca) nos corredores do hospital, e é muito ruim. A gente vê que eles estão lá, sorrindo, felizes, sem nenhuma penalidade, e a nossa vida mudou completamente. Era para nossa filha estar caminhando, na escolinha... A vida deles não mudou nada. Só queremos que ninguém fique impune - declarou Tieli.

O Diário entrou em contato com a assessoria de comunicação do Husm ontem, que encaminhou os questionamentos à direção. Até a publicação desta notícia, nenhuma resposta sobre o caso foi enviada à reportagem.

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