data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)
Daniel espera atingir a marca de 10 mil inscritos no seu canal no YouTube
O mês de conscientização do autismo além de nos remeter a atenção necessária ao Transtorno de Espectro Autista (TEA), serve como ferramenta para mostrar que o autismo não é uma barreira na vida de qualquer pessoa. Daniel Cesar Beck, 18 anos, é autista e tem um canal no YouTube sobre teorias sobre videogames.
O jogo preferido de Daniel é o Five Nights at Freddy's, no qual o personagem principal é vigilante noturno em uma pizzaria e descobre que os animatrônicos que animam o lugar durante o dia, são bonecos assassinos durante a noite. O canal Dani3l Beck foi criado no YouTube no ano passado. Ele comenta que a ideia de fazer os vídeos era antiga e, depois de conversar com amigos, decidiu gravar os vídeos. Os amigos o ajudaram a criar a foto de perfil, o banner e na edição do vídeo, enquanto ele cuida do roteiro e da locução. O canal já conta com 500 inscritos e vários comentários sobre como o jogo se desenrola na visão dele.
- Eu espero chegar a 10 mil inscritos para me ajudar a levar a produção dos vídeos como um trabalho - diz o jovem youtuber.
A coordenadora do Centro Compreender para Atuar, da Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma), Jéssica de Oliveira, explica que, desde o início do acompanhamento do Daniel, foi percebido quais eram seus pontos fortes. Segundo ela, isso é um dos pontos principais do centro, identificar as habilidades e potenciais de cada pessoa, não somente focar nos déficits:
- Trazer os interesses de cada paciente para a terapia é um motivador para estar dentro de um ambiente interventivo. Nosso propósito é ter um olhar sistêmico no paciente e também em relação à família e a outros contextos em que ele está inserido.
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Carla Lisiane Barbosa, 50 anos, é mãe de Gabriel, 16, e conta que o filho não fala devido ao autismo, mas que sempre buscou a terapia para que ele consiga desenvolver outros fatores:
- A educação física entrou na vida do Gabriel muito forte na parte do desenvolvimento motor. Ele também faz equoterapia e acompanhamento com psicólogos e educadores especiais.
Para ela, a pandemia trouxe uma dificuldade em explicar que momento estamos vivendo, mas que ela preza em trazê-lo para a realidade e viver o hoje, para mantê-lo com a saúde mental. data-filename="retriever" style="width: 100%;">
O centro Compreender para Atuar é referência por ter um espaço chamado "minicidade" que estimula as crianças a vivenciarem situações do cotidiano. João Marcos Hoehr da Silva, 7 anos, brinca no espaço e, ao mesmo tempo, aprende a lidar com situações similares como em mercados, restaurantes e hospitais.
O Compreender para Atuar é um centro privado de serviços de saúde mantido pela Fisma, por meio do Centro Integrado de Serviços, Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde (Cisepes). O coordenador do centro e vice-diretor da Fisma, Marcos Juliano Hübner, 41 anos, destaca a importância do espaço para desenvolver a independência e a autonomia das pessoas com espectro autista:
- Queremos proporcionar uma qualidade de vida para que não somente a pessoa autista, mas a família possa desfrutar de momentos de lazer.
*Colaborou Gabriel Marques