data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Daniela Xu (Divulgação)
Até agora, já foram aplicados 1,5 mil testes rápidos em Santa Maria
Começa neste fim de semana a quarta rodada da pesquisa que monitora o avanço do coronavírus no Rio Grande do Sul. Até segunda-feira, 500 testes rápidos e questionários serão aplicados em Santa Maria e mais 4 mil em outras oito cidades gaúchas.
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O estudo é encomendado pelo governo do Estado, coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e tem o apoio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Inicialmente, o cronograma previa quatro fases, mas foi ampliada e continuará sendo realizada nas próximas semanas, mas ainda não há datas confirmadas.
De acordo com a professora de epidemiologia da UFSM Marinel Mór Dall'Agnol, que participa da aplicação dos testes, em Santa Maria até agora já foram 1,5 mil testes aplicados. Nesta rodada, os entrevistadores devem percorrer 30 bairros da cidade.
- São 250 residências visitadas no sábado e 250 no domingo. São 50 setores censitários em 30 bairros. Dentro de cada bairro, pode ter mais de um setor censitário, por causa da extensão. Ainda temos alguns poucos focos de resistência. Na rodada passada fizemos uma estratégia, colocamos nas caixas de correspondências de alguns setores alguns flayers falando sobre a pesquisa. O pessoal chega paramentado, de máscara, de protetor facial, e em alguns lugares as pessoas têm medo de golpe, e outros de contaminação. Mas não tem perigo nenhum - afirma a professora.
BAIRROS SORTEADOS NA PESQUISA EM SANTA MARIA
- Bonfim
- Camobi
- Carolina/Nossa Senhora do Rosário
- Caturrita
- Centro
- Cerrito
- Divina Providência
- Duque de Caxias
- João Luiz Pozzobon
- Juscelino Kubitschek
- KM 3
- Lorenzi
- Menino Jesus
- Noal
- Nonoai
- Nossa Senhora de Fátima
- Nossa Senhora de Lourdes
- Nossa Senhora do Rosário
- Nossa Senhora Medianeira
- Nova Santa Marta
- Passo D'Areia
- Patronato
- Pé de Plátano
- Pinheiro Machado
- Presidente João Goulart
- Salgado Filho
- São João
- São José
- Tancredo Neves
- Urlândia
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COMO FUNCIONA
A pesquisa será aplicada entre 23 a 25 de maio de forma simultânea em Santa Maria, Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul.
Ao total, são 4,5 mil testes rápidos aplicados por etapa. O custo R$ 1,5 milhão têm financiamento da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro. Os resultados desta rodada serão divulgados na próxima semana.
Em cada cidade, as casas que serão visitadas são sorteadas aleatoriamente. Em cada domicílio, um novo sorteio decide qual morador irá realizar o teste rápido. Para fazer o exame, é coletada uma gota de sangue do participante. Em cerca de 15 minutos, o resultado aponta se a pessoa tem o anticorpo da doença, que ainda pode estar ativa ou não. Caso o resultado seja positivo, a equipe informa como se da o encaminhamento para os órgãos de saúde.
Todos os entrevistadores serão identificados com crachás e estarão com equipamentos de proteção individual: máscaras descartáveis, jalecos e sapatilhas descartáveis, luvas e óculos de proteção. Em Santa Maria, são cerca de 50 entrevistadores, todos profissionais da saúde e estudantes em fase avançada do curso de graduação.
- Quem entra na casa é uma pessoa só, que tem todo o equipamento de segurança. Entre uma casa e outra, todo o equipamento é trocado. Máscara, avental, luvas, tudo é trocado a cada coleta, é bem seguro - explica Marinel.
Caso o morador tenha dúvidas e queira confirmar se a pesquisa é verídica, pode entrar em contato com os órgãos de segurança, como Brigada Militar e Guarda Municipal, que estarão a par do cronograma do estudo.
A PESQUISA
O principal objetivo da pesquisa é mapear os casos de Covid-19 e acompanhar, quinzenalmente, a velocidade de disseminação do contágio. De acordo com os resultados da terceira etapa, divulgados em 13 de maio, a projeção aponta que o Estado tinha, naquela semana, cerca de 25 mil pessoas infectadas e que para cada caso notificado existem outras 9 pessoas com a doença que não realizarem nenhum teste, o que representa que o número real de pessoas infectadas chega a ser nove vezes maior do que os casos registrados. Em Santa Maria, nenhum dos 500 participantes testou positivo para coronavírus.
A pesquisa também revelou que a taxa de letalidade é pequena, em torno de 0,4%, e que há um grande percentual de infectados que são assintomáticos e não procurarão atendimento médico.
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AGRESSÕES DURANTE PESQUISA NACIONAL
A partir do estudo aplicado no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde financiou uma nova pesquisa nos mesmos moldes, com aplicação de testes rápidos e questionários, e expandiu para 133 cidades de todo o país. No Rio Grande do Sul, as cidades participantes são Santa Maria, Pelotas, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.
A aplicação dos testes e questionários da primeira rodada - a previsão são três fases com intervalos de 15 dias - começou no dia 14. Só que o trabalho de campo, aplicados por profissionais do Ibope, foi hostilizado em diversas partes do país. Em algumas cidades, como Mossoró, no Rio Grande do Norte, os entrevistadores relataram que chegaram a ser agredidos na rua. Já em Santarém, no Pará, as equipes foram detidas pela polícia e tiveram os testes rápidos apreendidos. No Rio Grande do Sul, não houve nenhuma ocorrência.
Por conta disso, o cronograma teve de ser reajustado e as pesquisas da primeira fase só encerraram nesta quinta-feira. A previsão é que os resultados sejam divulgados na próxima segunda-feira.
As próximas fases estão previstas para ocorrerem em 28 e 29 de maio e 11 e 12 de junho.
*Colaborou Dandara Flores Aranguiz
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