Voto dado a candidatos de fora elegeria mais deputados de Santa Maria

Santa Maria e Região Centro saíram das urnas, no domingo, com quatro representantes. São dois à Câmara, Paulo Pimenta (PT) e Pedro Westphalen (PP), e dois à Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT) e Giuseppe Riesgo (Novo). Mas esse número poderia ter sido maior se os forasteiros não tivessem levado um número considerável dos 206.116 votos da cidade.

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Os 10 candidatos que concorreram a deputado federal por Santa Maria somaram mais de 56 mil votos só aqui na cidade. Pimenta foi o mais votado, com mais de 26 mil em Santa Maria, mas se elegeu com um total de 133.086 em todo o Estado. Mas os políticos sem domicílio eleitoral na cidade e região, 357, que disputaram vaga em Brasília também foram bem votados: conquistaram 75.477 votos aqui no município. Baseando-se no candidato eleito à Câmara com menos votos no Estado, Nereu Crispin (PSL), com 32.200 votos, Santa Maria poderia eleger mais dois deputados federais da cidade, sem contar os votos bancos e nulos.

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Já na disputa pela Assembleia Legislativa, o candidato mais votado em Santa Maria foi Valdeci, com 34.800 votos. Ao total, os 16 candidatos da cidade somaram 77.316. Já os 601 de fora levaram mais de 42 mil. Com base na votação do candidato que se elegeu com a menor número de votos no Estado, Fran Somensi (PRB), com 15.404, a cidade poderia eleger mais dois deputados estaduais da cidade, sem contar votos brancos e nulos.

AVALIAÇÃO

Professor de Ciência Política da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Guilherme Howes, diz que a possibilidade de eleger mais representantes não fica restrita a Santa Maria:

- Não existe nenhuma anormalidade em uma cidade eleger um representante que seja de outro município. A própria campanha dos candidatos se pulverizam em todo o Estado. Uma saída seria o voto distrital.

Usado em países como a Inglaterra, o sistema distrital permite que eleitores possam votar só em candidatos da mesma localidade. Professor da UFSM e cientista político José Carlos Martinez explica que, no Brasil, o sistema funciona de forma diferente:

- No Brasil, os distritos são os próprios Estados, então é normal que os candidatos busquem votos em várias regiões.