Politiza

Mulheres ainda sofrem com a violência física, verbal e sexual

Marcelo Martins

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A sociedade, seja a atual ou aquela de tempos mais antigos, construiu suas relações entre homens e mulheres, no Brasil e no mundo, pelo regime de submissão do sexo feminino à autoridade do patriarca.

Nessa esteira de papéis definidos, coube à mulher figurar como coadjuvante, ficando na condição de reprodutora da espécie. A fragilidade da mulher, considerado o sexo frágil, deixa a mulher mais exposta aos ventos do comportamento e do temperamento explosivo dos homens.

O fato de o sexo feminino estar na rota da fúria de cônjuges (maridos, namorados) e também de antigos companheiros, que não hesitam em agredir física, verbal e sexualmente suas companheiras, faz com que a política busque meios de tenta coibir essa agressão covarde.

Historicamente, as mulheres começaram uma luta organizada em defesa de seus direitos. Assim, a luta das mulheres contra as formas de opressão a que eram submetidas foi denominada de feminismo.

Já a organização das mulheres em prol de melhorias na infraestrutura social foi conhecida como movimento de mulheres. Desde então, as mulheres lutam pelo direito de igualdade. Essa é uma luta por democracia em busca da igualdade entre homens e mulheres.

No entanto, em meio a uma sociedades patriarcal, fundadas no poder do homem, ou seja, do chefe de família. O homem, como o patriarca, ainda tem a ideia de posse, como destaca Fátima Perurena, professora do Departamento de Ciências Sociais da UFSM. Coube à mulher ficar restrita à reprodução da sua linhagem, enfatiza. A mulher, ao longo da história, passou a ser do homem, como forma dele perpetuar sua descendência. Na prática, a função da mulher ficou restrita ao mundo doméstico, submissa ao homem.

_ Para muitos homens, a mulher não tem autonomia. Ela é desprovida de vontade própria _ avalia Fátima Perurena.

Ainda em 2006, surgiu a Lei Maria da Penha, com o objetivo de combater a violência contra a mulher. No entanto, estudo recente, de setembro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que a Lei Maria da Penha não teve impacto no número de mortes por esse tipo de agressão.

Em Santa Maria, a realidade também é preocupante. A delegada Débora Dias, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), revela que anualmente há uma média de 4,5 mil a 4,8 mil boletins de ocorrência por agressões contra a mulher, o que dá uma média de 400 boletins por mês. 

Os números da violência contra a mulher no Rio Grande do Sul

Recentemente, no último dia 25 de novembro, um documento de 165 páginas denominado Relatório Lilás, elaborado pela Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher, levando em consideração a Lei Maria da Penha, divulgou os números da violência contra a mulher.

O deputado estadual Edegar Pretto (PT), coordenador da Frente Parlamentar, destaca que 90,9% dos agressores têm ou já tiveram relações pessoais com a mulher. Para ele, a questão demonstra um cenário temerário à segurança e à integridade da mulher.

_ Os números são estarrecedores e mostram que a mulher encontra-se em uma situação preocupante. 50,4% dos assassinos são maridos ou companheiros das vítimas, 83,4% dos assassinatos acontecem dentro da casa da mulher, mais de 20% das mulheres mortas já contam com medidas protetivas. Os números são assustadores.

O deputado estadual Edegar Pretto (PT), coordenador da frente, protocolou um projeto de lei para que o agressor reincidente seja monitorado eletronicamente. A mulher que já contasse com uma medida protetiva também utilizaria um dispositivo, como uma tornozeleira ou uma pulseira, que seria acionado quando o agressor chegasse perto dela.

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