Em Santa Maria, campanha no segundo turno ficou para o último dia

Passado o primeiro turno das eleições e recolhidos os últimos cavaletes dos candidatos a deputado, parecia até que o período eleitoral havia acabado. Quem não frequenta seguidamente a Praça Saldanha Marinho e o calçadão de Santa Maria e não teve o acaso de ter militantes visitando seu bairro ou fazendo um bandeiraço na hora em que passava pode ter quase ignorado que ainda havia campanha eleitoral em Santa Maria. Pelo menos até agora. Com o acordo entre os partidos de não distribuir cavaletes dos candidatos ao governo do Estado e do país, a propaganda praticamente sumiu das ruas.

_ Eu sempre concordei em não usar cavaletes nem as propagandas nos postes, como era antigamente. A cidade fica feia, e há o risco de o material provocar acidentes. Os partidos é que precisam, cada vez mais, exercitar a criatividade para divulgar seus candidatos _ diz o presidente do PMDB local, Aldo Fossá.

Do lado de José Ivo Sartori (PMDB) e Aécio Neves (PSDB), os militantes admitem que a campanha arrefeceu por algumas semanas, que ficou dedicada a trabalhos silenciosos. A busca por apoio nos diferentes partidos e coligações que no primeiro turno fizeram campanha para outros candidatos tomou a atenção durante um certo tempo. Depois, foi a vez de elaborar material de divulgação dos dois candidatos juntos:

_ A campanha é longa, cansativa, tanto para quem trabalha nela quanto para quem está vendo. Nestes últimos seis dias antes da eleição é que intensificamos a nossa presença na cidade, com bandeiraços diários e a distribuição de santinhos e colas no Centro _ explica o presidente do PSDB local, Alexandre Lima.



Já os militantes do PT e demais partidos coligados dizem que não pararam por nenhum momento o trabalho de pedir votos para Dilma Rousseff e Tarso Genro. Conforme o presidente do partido em Santa Maria, Sidinei Cardoso Pereira, a campanha se voltou ainda mais para os bairros, nesta segunda etapa:

_ Nós estamos percorrendo cada dia um bairro, caminhando pelas ruas e batendo de porta em porta. Depois da atividade, percorremos algumas ruas em uma minicarreata.

Sábado é o grande dia

O último dia antes da eleição é o mais esperado pelos políticos locais. As duas campanhas reservaram as principais atividades para amanhã. O PT fará uma caminhada pelo Calçadão, pela manhã, e espera contar com a presença do governador e candidato à reeleição, Tarso Genro. Já os partidos que apoiam Sartori e Aécio farão uma grande carreata pela cidade, partindo de diferentes pontos para encontrar-se no Centro.

Diferenças marcaram os turnos em 2014 

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, classificou o período eleitoral deste ano como formado por múltiplas campanhas.
Enquanto no primeiro turno a propaganda nos meios de comunicação foi pacífica, com apenas um direito de resposta e poucas representações, no segundo, a Justiça precisou intervir mais de uma vez. Para ele, pode ser que, no futuro, o tempo do horário eleitoral gratuito seja diminuído. Com restrições cada vez maiores à propaganda nas ruas, com a proibição de cavaletes para 2016 já prevista na minirreforma eleitoral deste ano, os partidos precisarão exercitar a criatividade.

_ No segundo turno, a campanha não era mais "vote em mim porque eu sou melhor", virou uma campanha do "vote no menos pior". O tribunal percebeu que não era mais 10% do horário eleitoral. Era praticamente 100% do horário das duas campanhas sendo utilizados única e exclusivamente para agredir o outro. Se tem tempo para ficar agredindo, ao invés de falar de proposta, é porque tem muito tempo sobrando _ disse Toffoli.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Maria, Péricles Lamartine Palma da Costa, questiona essa restrição cada vez maior:

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