Faltando 11 dias para o primeiro turno das eleições, a disputa pelo voto se traduz na briga por espaço privilegiado na área central de Santa Maria. Nos últimos dois dias, o Diário percorreu cerca de 25 quilômetros pelo Centro, Itararé, Medianeira, Noal, Nossa Senhora das Dores e Patronato para acompanhar a movimentação na reta final da campanha.
Quem sair pelas ruas da cidade vai, cada vez mais, ser abordado por cabos eleitorais, encontrar bandeiraços pelas esquinas e ouvir os jingles repetitivos que ecoam dos carros de som que se multiplicam pela cidade. Como dizem os especialistas, gostem ou não, esse é o preço da democracia.
Somente na Avenida Medianeira, mesmo com o recente acordo que limitou cartazes em via pública a uma distância de 1,5 metro do canteiro, 200 cavaletes e placas de candidatos estavam posicionados em quatro quadras. Os bandeiraços também se intensificaram. Ontem, eram pelo menos cinco grupos, a maioria nos arredores da Praça Saldanha Marinho.
_ Agora é tudo ou nada. É preciso aproveitar todos os espaços para conquistar o eleitor. É tempo de (o candidato) sair pra rua _ diz a Suzana Ferreira, cientista política da UFBA.
A sugestão da pesquisadora se materializou em uma caixa de correio de um edifício no Centro. Em apenas cinco dias, 27 "santinhos" foram depositados.
_ Este é a hora de aparecer _ justifica o coordenador da campanha de um deputado.
No Calçadão, cada metro, principalmente sob o Viaduto Evandro Behr, é disputado.
_ Tem que chegar cedo para pegar um bom lugar. Se tu chega depois, eles (apontando para cabos eleitorais de partidos adversários) tomam conta _ contou um cabo eleitoral.
Sob o viaduto, 20 banquinhas com material de campanha, e seus respectivos representantes, estavam posicionadas em busca da atenção de algum das centenas de eleitores que passavam pelo local. No final da manhã de ontem, no percurso do Calçadão à Saldanha Marinho, fui abordado cinco vezes por representantes de alguma candidatura.
_ Temos que ser vistos para sermos lembrados _ explicou um candidato a deputado que entregava panfletos no local.
As estratégias em busca do voto
Com a proximidade do dia 5 de outubro, maior é a mobilização de candidatos e partidos políticos na briga para conquistar o voto do eleitor. Para isso, é preciso reforçar o cerco aos indecisos, principalmente para quem concorre à Câmara e à Assembleia.
Pesquisa Datafolha, da última quinta-feira, revelou que 77% dos eleitores gaúchos não sabem em quem votar para deputado federal. Na corrida à Assembleia, os números são semelhantes: 73% ainda estão indecisos. A maioria está na faixa entre 16 e 34 anos.
Por isso, o corpo a corpo dos candidatos e seus cabos eleitorais é fundamental nessa fase final da campanha.
_ Estou fazendo visitas de casa em casa. Fico até 12 horas por dia indo nos bairros para apresentar os meus projetos _ entregou uma candidata.
O reforço nas ruas é a cartada de outro partido político, que dobrou o número de cabos eleitoras na última semana: passou de 35 para 70.
_ É o gás final. Estamos trabalhando muito mais do que nunca para tornar conhecido o nosso candidato _ explicou um dirigente partidário.
Além do corpo a corpo, dos carros de sons, um deles chegou a imitar um trenzinho, e do exército de cabos eleitorais, a presença em eventos sociais aumenta significativamente. Missas, jan"