Politiza

As variáveis que cercam o clima

Marcelo Martins

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Ao longo de várias edições do Politiza, a seção tem mostrado a relação da política com os diversos temas do cotidiano. Neste fim de semana, o foco é um assunto que, talvez, tenha ganhado ainda mais atenção nas últimas semanas: o calor.  Portanto, eis a questão: o que temas como aquecimento global,  uso racional dos recursos hídricos, sustentabilidade, soluções inteligentes e ecologicamente corretas e, inclusive, a existência de ONGs e a preocupação com a preservação ambiental têm a ver com a política?

O Brasil e, em especial, os gaúchos têm sofrido, e muito, com o calor excessivo deste verão. Recentemente, a Região Central registrou, em duas cidades, temperatura que beirou os 39ºC, mas a sensação térmica parecia ser ainda maior.
_ Esses calores e, inclusive, os frios extremos se acentuaram dos anos 2000 para cá. Isso é um indício do efeito do aquecimento global _ avalia o professor de Economia da UFSM Valny
Giacomelli, que dá aula nas disciplinas de Economia Ecológica e Economia da Sustentabilidade.

Giacomelli atenta para a incidência cada vez maior desses fenômenos extremos. Ele destaca que, enquanto os governos não acordarem para a necessidade de um crescimento sustentável, com a adoção de políticas públicas ecologicamente corretas, o apetite voraz  do homem seguirá colocando em risco a natureza:

_ Os governos renegam os recursos naturais ao segundo plano. O agronegócio, por exemplo, deixa um rastro de destruição pelo uso abusivo de agrotóxicos.

Um exemplo da intervenção direta da política na vida do cidadão brasileiro nesses dias de calor é a adoção do horário de verão. A cada verão, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste se ajustam ao horário  que provoca uma ampliação do período de pico, evitando uma sobrecarga no sistema elétrico de toda a região, já que as pessoas aproveitam mais a luz natural do dia.

O professor de Economia da Unifra Alexandre Reis acredita que a medida é paliativa já que a economia gira entre 5% e 6%. O ideal, segundo ele, seria o incentivo do governo em mudar o modal energético brasileiro com a utilização de outras energias, como a solar e a eólica. Conforme ele, outro ganho seriam as "construções inteligentes" de prédios e de casas que, por exemplo, utilizassem a água da chuva e a luz solar.

O professor e escritor Percival Puggina também comenta a possível relação existente entre desenvolvimento econômico e a localização geográfica dos países. O tema é colocado em evidência quando se diz que os países do Hemisfério Norte são mais ricos e prósperos em função do frio, que seria um facilitador para o desenvolvimento das nações. Mesmo que apenas existam teses sobre o tema, Puggina fala sobre o tema:

_ Parece experimentalmente comprovado, também, que a maior parte dos indivíduos habitantes das zonas temperadas, quando submetidos a temperaturas superiores à do próprio corpo, são acometidos de fadiga e torpor que afetam sua capacidade de produzir e sua disposição para atividades que requeiram energia física. Ademais, nas regiões excessivamente quentes há mais doenças afetando os seres humanos (as chamadas doenças tropicais) e maior quantidade de pragas no ambiente rural.

A seção 'Politiza' explica a ligação que grandes temas têm nas esferas políticas municipal, nacional e estadual. O objetivo é aproximar e explicar o assunto em evidência nos últimos dias e suas implicações para a vida do cidadão. O leitor pode sugerir pelo e-mail marcelo.martins@diariosm.com.br

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