eleições 2020

'Essa é uma democracia que não nos representa', diz candidata mais votada, que não se elegeu

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- Quando a gente começou o processo à vereança, a gente logo compreendeu que essa democracia não nos representa. Tivemos a candidatura mais votada e não entramos (na Câmara de Vereadores). Vários partidos tiveram vereadores quem nem fizeram votos e entraram como suplente. Fizemos uma campanha sem dinheiro, com poucos militantes e no meio de uma pandemia. Concorremos com candidaturas milionárias e mesmo assim fizemos uma votação histórica - relata Alice Carvalho, 24 anos.

A jovem concorreu pelo PSol e obteve, na eleição de 2020, a votação mais expressiva entre todos os candidatos a vereador de Santa Maria.

Alice, com 3.371 votos, obteve a maior votação entre todos 340 os candidatos a vereador. O número também foi o maior já alcançado por um concorrente pelo PSol ao Legislativo local, porém, ela não assegurou uma vaga no parlamento por conta do coeficiente eleitoral (veja quadro). Ela teve 685 votos a mais do que o vereador eleito com maior votação - Alexandre Vargas teve 2.686 votos -, mas, mesmo assim, ela não ficou nem como suplente. Como este ano, eram proibidas coligações para vereador, aumentou o risco de isso ocorrer.

_ - Isso tem sido questionado com mais frequência e alvo de inquietações no Congresso Nacional, mas não é resolvido. Eu, particularmente, penso tem de ser eleito o mais votado. Tem de ser o sistema majoritário para todo mundo e acabar com esse negócio de proteção - defende o advogado Antônio Augusto Mayer dos Santos, especialista em Direito Eleitoral, de Porto Alegre.

Ele cita outro caso, de 2010, em que Luciana Genro (PSol) foi a deputada mais votada do país e não foi eleita.

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Na prática, ela não assegurou uma vaga no parlamento da cidade por conta do coeficiente eleitoral. Isso porque, em Santa Maria, por lei, cada partido deveria ter, no mínimo, cerca de 7 mil votos para eleger um vereador. O número é resultado da divisão da quantidade de votos válidos da última eleição, em 2016, dividido pelo número de cadeiras na Câmara. Como o PSol não atingiu a marca na cidade, não teve direito a eleger ninguém


- Eu saio com sentimento de vitória, independentemente da cadeira. A gente conseguiu aglutinar muitas pessoas no nosso projeto que é transformador e feito de maneira coletiva. O fato de muita gente ter acreditado nele foi muito positivo, pois com a nossa candidatura conseguimos mostrar que uma Santa Maria diferente é possível e representativa. Sou uma mulher negra, socialista de periferia, o que coloca a necessidade de mudança. Com certeza vou continuar mobilizando as mesmas pautas, mesmo não eleita. Esse votos são de todo mundo e os frutos desse movimento serão muito bem colhidos - acrescenta a jovem.

MILITÂNCIA

Moradora do Bairro Tancredo Neves, na Região Oeste, Alice tem 24 anos, é formada em Psicologia pela Universidade Franciscana (UFN) e cursa mestrado na Unisc. Em 2018, Alice concorreu a deputada estadual pelo PSol, aos 22 anos, obtendo a marca de de 6.701 votos. Ela acompanhou a apuração em casa, na companhia do pai, da mãe, do irmão, do namorado e de militantes partidários.

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Bruna Bergamo - Divulgação


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