entrevista

'Ele só me chamava para tirar fotografia', diz Cechin sobre Pozzobom

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Sergio Cechin recebeu o Diário em seu escritório particular um dia após a derrota nas eleições

Com a habitual cordialidade e aparentemente tranquilo, Sergio Cechin (Progressistas) conversou por cerca de 30 minutos com a reportagem do Diário em seu escritório particular, na tarde desta segunda-feira, um dia após ter sido derrotado nas urnas por Jorge Pozzobom (PSDB). O político avaliou a diferença de 18.311 votos, rebateu críticas do oponente e falou sobre ações até 31 de dezembro, além de projetos pessoais. Junto de sete pessoas - entre assessores e integrantes do partido - foi interrompido em alguns momentos. Em um deles, foi lembrado da representatividade na Câmara de Vereadores e do quanto irá fortalecer o Progressistas, partidos que mais elegeu vereadores no Estado e retribuir o apoio em 43 anos de vida pública. Em diversas ocasiões, Cechin fez questão de reiterar que não mudará seu modo de agir e de atender às pessoas, independentemente da legislatura.

"Vencemos com a nossa verdade", disse Pozzobom ao confirmar reeleição

Veja a entrevista:

Diário de Santa Maria - Como foi dormir no domingo e acordar nesta segunda-feira, após o resultado da eleição?
Sergio Cechin - Normal. Agradeci a Deus por ter me dado essa oportunidade. Fiz mais amizades. Nas redes sociais, centenas, passou de "milhar" de pessoas reconhecendo dizendo: "tu teve dignidade, tu não te assustou, acreditamos e vamos continuar acreditando em ti". São palavras que nos motivam, nos emocionam e nos dão alento.  

Diário - O senhor mencionou, mais de uma vez, que "no fim da eleição é vida que volta ao normal". O senhor pretende retornar ao 6º andar da prefeitura e exercer suas atividades de vice-prefeito?
Cechin -
A vida é tão curta. Cada um tem seus partidos. Por mais que existam animosidades, torcedores ferrenhos de a ou de b, o momento é de união, e a cidade tem de ganhar. Em uma época de pandemia e pós-pandemia, eu, se fosse prefeito, faria isso. Vencedores e vencidos terão de trabalhar e buscar recursos federais e estaduais com nossos deputados e senadores. Vou continuar da mesma maneira: atendendo no 6º andar da prefeitura. Claro que em época de pandemia não posso atender o mesmo número que atendo normalmente. Mas atendo na rua, no WhatsApp, no Messenger, no Face. Hoje de manhã, foram 48 pessoas. Sou vice-prefeito até dezembro e vou continuar até o último dia. O mais importante e o que a população quer saber: como vai continuar, seu Cechin? Fazendo o que faço há 43 anos que é ajudar, orientar na mais diversas áreas. Eu conheço a máquina pública. Se tiver que ligar a água, eu sei como fazer. Se tiver que fazer uma regularização (fundiária) ou usucapião, eu sei como fazer. Se precisar aprovar um projeto ou licenciar uma obra, ou algo da saúde, do meio ambiente... é a prática, aprendi nesse tempo. 

Diário - Quais são suas ações prioritárias nos últimos 30 dias do ano?
Cechin - É atender as reivindicações que vierem. Seja infraestrutura, alvarás, Poupa Tempo, Saúde. Como já disse, eu conheço a máquina pública e vou orientar. 

Diário - O senhor falou ainda no domingo que torce por Santa Maria em qualquer cenário. Da sua parte, também há ressentimentos em relação ao prefeito Jorge Pozzobom?
Cechin -
Não. Sou muito religioso. Vi que o prefeito, naquele ânimo, disse: "o Cechin não vai entrar no 7º andar. Mas, eu já não entrava antes porque eu ficava no 6º andar. Ele só me chamava para tirar fotografia e para comunicar alguma coisa que ele tinha realizado. Acho que não leva a nada isso. E como prefeito, eu buscaria um diálogo com o Legislativo. Eu tenho quatro vereadores e o MDB tem três. E outras siglas que tiveram na nossa coligação. Até para uma composição futura, uma discussão de projetos, eu, como prefeito, trabalharia em conjunto com todos. 

Diário - O senhor ligou para parabenizá-lo na noite de domingo? Por quê?
Cechin -
Mandei recado cumprimentando pela imprensa escrita, falada e televisionada e estou torcendo por ele e pela cidade. 

Diário - O prefeito disse diversas vezes que o senhor sumiu por 10 meses. O senhor não trabalhou mais como vice? E o salário o senhor continuou recebendo?
Cechin -
Sempre exerci minhas ações. E na verdade qualquer legislador e cidadão que analisa a Lei Orgânica municipal tem muito clara a função do vice, que é substituir o prefeito na eventualidade. E o Cechin fazia o quê? Estive sempre trabalhando. Se passava gente na frente da minha casa, às 6h, eu atendia. A questão do salário é consequência. Se eu ficasse em casa ou parado, mas nunca fiquei. Trabalho o dia todo em função do meu mandato. Nos últimos 10 meses, não mudou nada. A diferença é que o povo não pôde mais entrar na prefeitura e eu segui atendendo em todo lugar 

Diário - Qual foi a melhor coisa que o senhor fez na nessa campanha?
Cechin -
Tantas coisas boas. Os diálogos permanentes...o próprio slogan foi o ponto alto. Falamos em "abraçar Santa Maria". Foram oito siglas juntas e depois, no segundo turno mais seis ou sete. Todas essas pessoas acreditando no meu trabalho para unir Santa Maria. 

Diário - O que o senhor faria diferente?
Cechin -
Nossos recursos eram limitados. Política também se faz com dinheiro. Olha a militância dele. Ele (Pozzobom) tinha 400 com bandeira na rua. Isso é de graça? As pessoas estão de graça? Não... 

Diário - O senhor se arrepende de alguma decisão ou escolha desde que lançou sua candidatura? Qual?
Cechin -
Muito pelo contrário. Faria tudo de novo. 

Diário - O senhor encerra sua vida pública em 2020? E depois, o que pretende fazer?
Cechin -
A gente nunca sabe. Mas não estou pensando nisso, nem em candidatura. Vou cuidar um pouco de mim. Já tive problemas de saúde e venci. Sinto-me um vencedor. Vou seguir com meu pilates, minha academia. Vou continuar com trabalho social no anonimato, o que é importante. Vou continuar trabalhando no meu escritório, com projetos. Vou continuar atendendo pessoas lá, no Calçadão, na Alberto Pasqualini, na 24 horas, na praça. Mesmo sem mandato eletivo, como vou mudar? Vou orientar as pessoas porque elas estão acostumadas comigo. Não vou mudar. 

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