Família busca paradeiro dos restos mortais de idosa que desapareceram de cemitério de Santa Maria

Família busca paradeiro dos restos mortais de idosa que desapareceram de cemitério de Santa Maria

Foto: Beto Albert (Diário)

Uma família busca respostas para o paradeiro dos restos mortais de uma idosa que havia sido sepultada no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria. O túmulo de Eloci Ribeiro Rodrigues teria sido exumado de forma equivocada, e o espaço foi usado para enterrar outra pessoa. 


O sumiço do corpo foi percebido em abril, após os familiares fazerem uma visita à carneira da idosa, que estaria enterrada no local há um pouco mais de um ano e meio. A família afirma que procurou a prefeitura, a secretaria responsável e a polícia, mas não recebeu retorno sobre o paradeiro dos restos mortais de Eloci. 


Em julho, a família procurou o advogado Antônio Carlos Porto e Silva, e entrou com um ação de danos morais contra o município de Santa Maria.


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Entenda o caso

Eloci Ribeiro Rodrigues faleceu em 4 de abril de 2022, aos 68 anos. Para o enterro, os três filhos teriam alugado um túmulo no Cemitério Ecumênico pelo prazo de três anos. Em janeiro de 2024, as duas filhas de Eloci foram ao cemitério fazer a troca de responsabilidade pela carneira, que seguiu com vencimento para abril de 2025


Em abril deste ano, ao realizar uma visita à sepultura, o filho de Eloci percebeu que o túmulo da mãe não estava mais ali. No local, uma pequena placa com foto e nome indicava que outra pessoa estava sepultada no local. 


A partir disso, a administração do cemitério foi questionada, mas não soube informar o que teria ocorrido. Foi então que um primeiro passo foi dado: o registro de um boletim de ocorrência, junto à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), no dia 25 de abril. O caso foi encaminhado à 3ª Delegacia de Polícia (3ª DP).


A família afirma que também procurou a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, e foi recebida pelo secretário Wagner Oliveira da Rosa. Na época, ao se informar sobre o caso, o secretário teria confirmado a exumação equivocada e que ajudaria a resolver a situação. Ele pediu um prazo, mas não teria dado mais retorno aos familiares. 


– Ele afirmou que era para exumar o corpo de uma idosa que estaria na carneira ao lado da minha mãe, enterrada há pelo menos cinco anos. Porém, retiraram os restos mortais da minha mãe e enviaram para a família dessa outra idosa, em outra cidade. A família está com os restos mortais de outra pessoa – afirma Carla Ribeiro Rodrigues, uma das filhas.


Carla não sabe para qual cidade os restos mortais de sua mãe foram levados. Muito menos se essa outra família já estaria ciente da situação. Ela reforça que deseja respostas, pois quer receber os restos mortais da mãe para enterrá-la em um jazigo da família.  


Carneira onde deveria estar enterrada o corpo da idosa está agora ocupada por outra pessoa Foto: Arquivo Pessoal


– No Dia das Mães deste ano, não tive onde visitar a minha mãe. Pois nem sei onde ela está. Familiares me questionam sobre isso, mas não sei o que responder, pois nem eu tenho respostas. Só quero saber onde estão os restos mortais dela – desabafa.


O que diz a prefeitura

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Santa Maria sobre o caso, que respondeu os questionamentos por email e confirmou o erro na exumação do corpo. O Executivo informou que o secretário Wagner da Rosa conversou com a família e explicou sobre o caso. 


"A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos manteve contato com as partes envolvidas para solucionar e informar sobre a situação. Além disso, mantém revisado e atualizado os processos de exumação e sepultamento, executados por empresa terceirizada. A prefeitura reitera seu compromisso com os familiares envolvidos e atua para desfazer o equívoco", diz a prefeitura. 


Além disso, é importante que a reclamação seja registrada junto à Ouvidoria. Questionada sobre o fato, Carla afirma que havia seguido essa orientação e registrado o fato em maio deste ano, ação que foi negada pelo município, afirmando que não há registro no sistema. Em uma nova resposta sobre o caso, o munícipio informou que uma reclamação foi registrada somente na noite do dia 12 de julho deste ano.  


Já em um terceiro posicionamento sobre o caso, enviado nesta terça-feira (6), a prefeitura afirmou que pretende "reverter o equívoco nos próximos dias": 


"A Prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (SMISP), esclarece que o objetivo, já tratado com as partes interessadas e com a administração municipal da cidade onde está a ossada, é reverter o equívoco nos próximos dias para que cada família retome a posse dos restos mortais de sua ente o mais breve possível."


Investigação

A reportagem entrou em contato com a 3ª DP no dia 17 de julho, que informou que estavam aguardando um retorno da prefeitura. Porém, um dia depois, a partir de 18 de julho, os delegados da Polícia Civil adotaram a "medida do silêncio", uma forma de protesto contra o governo do Estado. A partir de então, não houve mais retorno sobre o andamento do caso.


O advogado da família, afirmou à reportagem que uma das familiares foi chamada nesta terça-feira (6) para prestar depoimento na delegacia sobre o caso.

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