Morreu agricultor Aristides Leite da Silva

Fotos: Arquivo Pessoal

O sepeense Aristides Leite da Silva, 76 anos, morou por muitos anos em Restinga Sêca. O idoso era agricultor e adorava a lida do campo. Há pouco mais de três anos, ele se mudou para a Rua Visconde de Pelotas, no Bairro Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria, para cuidar da saúde. Silva passou a morar na casa da filha Jacinara Martins da Silva e da neta Raissa Martins da Silva, 11 anos. Os três eram muito unidos e estavam sempre cuidando um do outro.

- Meu paizinho era uma pessoa de muita fé, de muita energia. Era um homem autêntico e verdadeiro. A presença dele alegrava a todos. Suas palavras eram reconfortantes - emociona-se a filha.

O agricultor estava sempre de bem com a vida. Conforme a filha, ele era muito alto astral. Mesmo quando doente, o idoso dizia estar bem, já que, segundo ele, a vida era boa, bastava saber viver.

- Ele passou por dificuldades, dores e sofrimentos sem nunca reclamar ou se revoltar. Passou por todas as provações com muita lucidez, calma e coragem, sempre feliz - recorda Jacinara.

Silva já estava aposentado e era divorciado. Para a família, era a representação de um herói, um guerreiro, além de exemplo de caráter, honestidade, perseverança e muita fé.

- Eu e meu avô éramos almas gêmeas. Ninguém nos separava. Nós ficávamos horas na frente da televisão. Esse momento era só nosso. O programa que a gente mais assistia era o Chaves, no canal SBT. A gente até competia na hora do almoço para ver quem terminava primeiro de comer e quem chegava primeiro no banheiro para escovar os dentes. O meu avô era e sempre será meu melhor amigo. Ele nunca vai sair do meu coração - diz Raíssa.

O agricultor ensinou à filha e à neta que toda ação tem uma reação e que não se pode humilhar ninguém para crescer. Jacinara diz, também, que o pai dava exemplos de solidariedade e que sempre tentava ajudar a quem precisasse dele.

- Meu pai me ensinou que somos os únicos responsáveis pelas nossas vitórias ou pelos nossos fracassos. Aprendi com ele que não devemos desistir e, sim, persistir em tudo na vida - diz a filha.

Em 25 de dezembro de 2015, Silva sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Jacinara, imediatamente, começou a buscar tratamento e ajuda para reverter as graves sequelas com as quais o pai passou a conviver. Fisioterapia, consultas, exames e terapias ajudaram Silva a recuperar os movimentos do lado direito e a fala. Ele também reaprendeu a se equilibrar e comer sozinho. Após um ano de tratamentos, o agricultor recuperou grande parte da independência.

- Foi um período bem difícil. Tinha que ajudar ao meu pai e minha filha, na época, com 8 anos. Dividia minha atenção entre o cuidado com eles e também com o trabalho. Mas ver meu pai bem e minha filha crescendo com o amor do avô não teve preço - recorda a filha.

Em 10 de setembro, Jacinara foi acordar o pai, mas Silva havia falecido durante a madrugada, dormindo. Ele foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Municipal, em Restinga Sêca.

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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para [email protected] ou pelo telefone (55) 3213-7122