meio ambiente

VÍDEO: como separar o lixo mesmo sem coleta seletiva em Santa Maria

Victoria Debortoli

Foto: Victoria Debortoli (Diário)

Santa Maria produz quase 6 toneladas de lixo por mês. Isso quer dizer que, em média, cada morador da cidade produz 1,5 quilos de lixo por dia. A maioria de tudo isso que é jogado fora vai dentro da mesma sacola e muita coisa que poderia ser reciclado ou reutilizado perde o seu valor e acaba no aterro sanitário da cidade, que fica no Bairro Caturrita. 

De acordo com a professora Andressa de Oliveira Silveira, coordenadora do programa de pós-graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), antes de pensar na reciclagem do lixo é preciso pensar primeiro em não gerá-lo. Isso está na lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Na ordem de prioridade da gestão e gerenciamento dos resíduos estão, respectivamente, a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, e por fim o tratamento. 


Mesmo adotando tais cuidados, ainda sim se gera lixo. Atualmente, Santa Maria não conta com uma coleta seletiva instituída pela prefeitura, ou seja, tudo aquilo que está no contêiner ou na lixeira convencional acaba indo parar no mesmo caminhão. Mesmo assim, cada cidadão pode fazer sua parte no descarte dos resíduos separando-os de maneira correta e ajudando não só o meio ambiente, mas centenas de famílias que sobrevivem a partir da renda obtida com a reciclagem. 

Na cidade a única associação de recicladores licenciada junto ao município é a Associação dos Selecionadores de Materiais Recicláveis (Asmar), que fica no Bairro Nova Santa Marta. De segunda a sexta, dois caminhões da Asmar percorrem Santa Maria recolhendo os resíduos recicláveis. O serviço não tem custo a população, basta fazer um cadastro. São 22 pessoas empregadas no local. 

A prefeitura estima que, além da Asmar, existam mais de mil recicladores independentes que recolhem os resíduos na rua. 

FALTAM INICIATIVAS DO PODER PÚBLICO, MAS TAMBÉM FALTA CONSCIÊNCIA DA POPULAÇÃO
Desde 2010 existe a coleta conteinerizada, que recolhe o lixo depositado em 600 contêiners que ficam na Região Central da cidade. Em 2017, a secretaria de Meio Ambiente disponibilizou 10 contêiners exclusivamente para o lixo reciclável (os contêiners de cor laranja). Conforme o engenheiro florestal e fiscal dos contratos da coleta de lixo do município Luiz Geraldo Cervi, essa instalação foi um experimento para ver como seria o comportamento da população. Só que não funcionou. 

- As pessoas colocam o lixo misturado, não respeitam um contêiner ser exclusivo para resíduos recicláveis. Mesmo que no momento não haja coleta seletiva, é importante separar o lixo porque centenas de catadores recolhem diariamente o lixo, e quanto mais misturado a outros ou sujo, menor é o valor que ele tem - afirma Cervi. 

Esse mal comportamento também foi observado por um projeto do curso de Engenharia Ambiental da UFSM. A mestranda Érica Vitalli junto com Angélica da Silva, Henrique da Costa e Liriane Böck, estudantes da graduação, estão tentando entender a geração de resíduos na cidade. Para isso, eles observaram por duas semanas cinco toneladas de lixo de 240 famílias de dois condomínios de Santa Maria. 

- Até agora o que a gente observou é que de todo esse lixo, cerca de 30% poderia ter sido reciclado. Outros 50% eram orgânicos, que poderiam ser usados em compostagens, por exemplo. Só 20% de fato eram rejeitos, que precisam ir para o aterro - explica Érica. 

Além disso, muitos itens que fazem parte do grupo de resíduos perigosos também foram encontrados misturados ao lixo comum, como pilhas e lâmpadas. Eles, de forma alguma, podem ser misturados, pois contém propriedades que podem contaminar o solo e a água e causar graves problemas de saúde. 

Foto: Victoria Debortoli (Diário)

COMO SEPARAR SEU LIXO
Segundo Andressa, para fazer a sua parte na reciclagem basta ter duas lixeiras em casa: uma que vai os resíduos que podem ser recicláveis (papel, metal, vidro e plástico) e outra para descartar alimentos e outros materiais orgânicos.Veja como:


Para solicitar o recolhimento de resíduos recicláveis pela Asmar basta encaminhar um e-mail para galpaodaasmar@yahoo.com.br ou entrar em contato pelo telefone (55) 98111-0146. O serviço não é cobrado. 

Na cidade a lei municipal 5.539/2011 obriga os estabelecimentos comerciais revendedores de lâmpadas a recebê-las após sua vida útil. Já para descartes de medicamentos, as farmácias é que fazem a coleta. Basta levar até elas. 

Para saber onde destinar outros resíduos, basta pesquisar na plataforma DestineMe, criada pelo grupo Químea. No site, é possível digitar o tipo de resíduo que deseja destinar e a plataforma fornece o contato das empresas e entidades aptas a receberem os materiais.

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