O Rio Grande do Sul tem uma vaga em disputa ao Senado na eleição de domingo. As eleições ao Parlamento ocorrem alternadamente. São eleitos dois terços em um pleito e em outro, um terço das três cadeiras que cada Estado tem direito. Este ano, será escolhido um senador. Desde o início da pré-campanha, o cenário foi mudando. Nomes lançados acabaram desistindo e se incorporaram a coligações até como suplentes ou, então, renunciaram. Mesmo depois da convenção, quando foram confirmados os nomes, ocorreram mudanças no cenário.
Até a véspera da eleição, havia nove concorrentes na disputa. Entretanto, na última quinta-feira, a comandante Nádia (Progressistas), vereadora da Capital, renunciou a candidatura em prol do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos). Ainda durante a campanha e com o horário eleitoral gratuito no ar, o candidato Airto Ferronato (PSB) renunciou a candidatura, e o Partido Socialista Brasileiro teve de fazer a substituição. Primeira suplente na chapa, Sanny Figueiredo assumiu o posto.
Entre os oito concorrentes, há nomes conhecidos e também veteranos na política. Além do general Mourão, estão nesse pelotão a ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), o ex-governador Olívio Dutra (PT). Lançado na política partidária em 2018 como vice de Jair Bolsonaro (PL) ainda pelo PRTB, Mourão decidiu concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul depois de não ser o nome escolhido para companheiro na chapa do atual presidente. Depois de concorrer a vice na chapa presidencial de Geraldo Alckmin, à época pelo PSDB, nas eleições de 2018, Ana Amélia Lemos tenta retomar sua cadeira no Senado, onde ficou por oito anos e encerrou o mandato em fevereiro de 2019. Este ano, ela trocou o Progressistas pelo PSD. Já Olívio, aos 81 anos, entrou na campanha para dar um fôlego na candidatura a governador do deputado estadual Edegar Pretto (PT).
Ainda no cenário eleitoral ao Senado, há outros candidatos que não são tão conhecidos da maioria do eleitorado. Na lista, além de Sanny Figueiredo, estão Fabiana Sanguiné (PSTU), Maristela Zanotto (PSC), Ronaldo Teixeira (Avante), Professor Nado, e o bispo Paulo Roberto da Rosa (DC). Pelo que apontam as pesquisas eleitorais, a disputa ao Senado promete ser eletrizante até a apuração final, especialmente com a saída da comandante Nádia do páreo. O certo é que, partir do ano que vem, o Estado terá um novo representante entre os 81 senadores.
Propostas
Ao longo do período de campanha eleitoral, a CDN organizou uma série de sabatinas com os candidatos ao Senado. Cada um dos postulantes teve 20 minutos para expor suas ideias e propostas para o Rio Grande do Sul. O conteúdo completo sobre cada um você acessa nos links abaixo:
“Minha dedicação ao municipalismo me fez fazer emendas que aumentaram os recursos para a receita de Santa Maria e de toda a região”, afirma Ana Amélia Lemos, candidata ao Senado, em entrevista a CDN“A nossa população está passando por uma das maiores crises sanitárias e financeiras do último período histórico” afirma Fabiana Sanguiné, candidata ao Senado, em entrevista a CDN“Existe uma série de medidas específicas (…) para Santa Maria, todas voltadas para o aumento da produtividade”, afirma Hamilton Mourão, candidato ao Senado, em entrevista à CDN“Quero ser a senadora do municipalismo, quero estar junto das comunidades”, diz Maristela Zanotto, candidata ao Senado, em entrevista à CDN“Precisamos de fato de políticas de Estado, e não políticas de governo”, diz Ronaldo Teixeira, candidato ao Senado, em entrevista à CDN“Nós precisamos valorizar nosso chão, nossas pessoas e, principalmente, as nossas tradições”, reforça Sanny Figueiredo, candidata ao Senado, em entrevista à CDN“Quero dar honra ao meu povo, eu não tenho medo de trabalhar”, afirma Paulo Roberto da Rosa, candidato ao Senado, em entrevista à CDN
*O candidato Olívio Dutra (PT) foi convidado pela CDN, mas não pode participar por conflito de agenda.
O que faz um senador?
Diferente dos deputados, governadores e presidentes, os eleitos ao Senado ocupam cargos de oito anos. Por fazerem parte do Poder Legislativo, também são responsáveis pela fiscalização das leis e dos parlamentares através das Comissões, CPIs e das votações.
Um dos principais exemplos práticos para entender o impacto do Senado no nosso dia a dia aconteceu durante a pandemia de coronavírus. A CPI da Covid, como ficou conhecida, foi responsável por investigar a atuação do governo federal no combate ao vírus, e contou com ampla cobertura na mídia nacional.
No processo de criação de uma lei, o Senado é fundamental para a aprovação e pode fazer com que um Projeto de Lei (PL) nem chegue para a avaliação do presidente, isso é o que explica Adriano Comissoli, professor de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).:
– Qualquer coisa que os deputados aprovam, os senadores tem que votar de novo. Muitas vezes algo que foi aprovado pelos deputados acabou sendo recusado por eles, aí nem chega ao presidente. Os senadores são também o poder Legislativo e por isso fiscalizam também os deputados. O senador é muito importante porque tem esse critério de validação, de controle de qualidade.
Assim como os deputados, os senadores não tem limite de vezes para concorrer a reeleição, e se diferenciam por terem mandatos de oito anos. Isso faz com que o Senado tenha participações mais duradouras do que o resto do Legislativo e do Executivo. Um senador eleito por dois mandatos, por exemplo, fica 16 anos no cargo e passa por quatro mandatos presidenciais. Cada Estado é representado por três senadores, que totalizam 81 cadeiras.
– Como eles tem esse mandato mais longo, acabam oferecendo alguma estabilidade para a república, a ideia é um pouco essa. É importante lembrar que os senadores existem desde o Brasil Império e nessa época eles eram cargo vitalício. Então, vem daí essa tradição de o senador ser um cargo de maior duração – diz Comissoli.
Os senadores também podem apresentar projetos de lei.
Resumão
Cada estado tem três senadores que são eleitos em pleitos diferentesEm 2022, o RS elege um senadorO salário deles passa dos R$ 33 milAlém do salários eles recebem benefícios como o auxílio-moradiaOs cargos duram oito anos; não há limite de reeleiçãoAprovam ou recusam projetos de leis enviados pela Câmara de DeputadosTambém são responsáveis pela fiscalização das leis e do poder Executivo e LegislativoCostumam representar os estados de origem
O que fazem os deputados, senadores, governadores e presidente? Diário Explica Eleições
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