Na quarta-feira, o Diário circulou por bairros de Santa Maria para localizar potenciais criadouros do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika vírus e a Febre Chikungunya. A equipe localizou pátios com garrafas sem tampa, pneus, latas de tintas vazias e, no Cemitério Municipal, vasos com água empoçada. É em recipientes como esses que a fêmea do mosquito deposita seus ovos.
Para acabar com situações como essas, a Vigilância em Saúde aposta na informação. Na manhã de quarta, o Comitê Municipal de Combate ao Aedes Aegypti de Santa Maria apresentou o seu Núcleo de Informação. O objetivo é fazer com que dicas sobre como evitar criadouros cheguem às casas dos santa-marienses. O município pretende convidar os moradores para que dediquem 10 minutos por semana à eliminação de potenciais focos. A ideia é criar um check list da prevenção, para que as pessoas possam ir marcando os procedimentos já executados. Como o mosquito existe em 75% da cidade, Santa Maria é considerada infestada pelo Aedes. Na sexta-feira, às 14h, na prefeitura, uma reunião vai tratar da campanha que o município desenvolverá contra o Aedes. Entre as atividades da mobilização, está previsto um Dia D de combate ao inseto.
As pessoas precisam se conscientizar de que só vamos acabar com o Aedes se todos colaborarem. E as medidas contra o mosquito são bem simples comenta a superintendente de Vigilância em Saúde, Selena Michel.
Conforme Selena, os lugares com maior incidência do transmissor da dengue são os bairros Medianeira, Nossa Senhora de Lourdes e Juscelino Kubitschek. Isso ocorre porque eles são circundados por rodovias. O mosquito pode chegar à cidade também nos pneus de veículos e em lonas de caminhão.
Sempre atento às informações sobre dengue, Zika vírus e a Febre Chikungunya, as doenças transmitidas pelo Aedes, o servente de obra Eli Petzold, 57 anos, não deixa o mosquito se criar em sua residência, no bairro Medianeira. Os vasos das cerca de 50 plantas têm areia e são furados _ os que não eram, ele perfurou com prego. Os baldes que armazenam a água da chuva usada para regar as flores estão sempre cobertos. E Mick, o cachorro da família, bebe sempre água fresca em seu potinho, porque Petzold troca-a com frequência, justamente para não dar tempo para o inseto colocar ovos ali.
Estou sempre ouvindo notícias sobre essas doenças, elas são bem perigosas. Reviso tudo todo dia aqui em casa conta Petzold.
Em 2015, o município teve três casos de dengue, todos importados. Não há registros de Zika vírus e Febre Chikungunya.
No Cemitério Municipal, vasos de plantas são os inimigos da saúde pública. Para piorar a situação, muitos estão presos ao chão, perto dos túmulos, destampados e sem areia. Não é possível virá-los. Em um dos recipientes, o Diário encontrou até larvas, que podem ser de outros insetos. Até agora, nunca foram localizadas larvas do Aedes no cemitério, de acordo com a Vigilância em Saúde. O monitoramento no lugar ocorre quinzenalmente.
Segundo o secretário interino de Infraestrutura, Obras e Serviços, Alexandre Brasil, a responsabilidade na construção e na disposição dos vasos é das famílias. Uma ação no local será executada nos próximos dias para destruição dos criadouros.
Leia mais no Diário desta quinta-feira.
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