Há mais de 20 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) reúne lideranças mundiais para discutir ações de enfrentamento às mudanças climáticas. A Conferência de Partes (COP) chegou, neste ano, à sua 27ª edição. Para contribuir com o debate e trazer experiências, uma comitiva do Rio Grande do Sul participou, até terça-feira (15), da COP 27. O encerramento do evento está previsto para sexta.
Em entrevista ao Diário, os representantes do Estado em Sharm El-Sheihk, no Egito, falaram sobre expectativas, aprendizados e como o Rio Grande do Sul pode se inserir na discussão mundial sobre a crise climática.
No último sábado, o Estado assinou, junto de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, uma parceria para atuar contra a crise climática. Todos integram o Conselho de Desenvolvimento e Integração (Codesul). Com isso, eles planejam compartilhar dados e ideias para promover padrões sustentáveis para atividades agropecuárias; o fortalecimento de políticas e medidas para alcançar o desmatamento ilegal zero; estudar a compensação das emissões de gases de efeito de estufa provenientes da supressão legal da vegetação; a recuperação de florestas; e a substituição gradativa de fontes fósseis.
Terça-feira, estava prevista a assinatura do termo de cooperação entre o Estado e o Carbon Disclosure Project (CDP), organização internacional sem fins lucrativos que desenvolveu uma plataforma global de dados climáticos.
Conferência
Conforme a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, e o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes, a COP 27 oportunizou detalhar as prioridades do Estado em meio à diversidade de assuntos abordados. Os resultados, segundo eles, são ações governamentais coletivas, em que cada um assume metas para contribuir com a mitigação dos gases do efeito estufa, adaptação climática e conter o aquecimento global.
– Viemos no sentido de demonstrar o que foi feito do ano passado até agora e demonstrar como o Estado tem trabalhado a sua matriz produtiva econômica – destacou a secretária Marjorie.
– A estiagem do ano passado foi severa demais, mas abriu os olhos de todas as entidades que temos que trabalhar de forma coletiva. E é isso que temos feito – complementou Domingos.
A política de baixo carbono é uma das pautas principais da Comitiva do Rio Grande do Sul. Na prática, trata-se de reorientar diversas atividades priorizando sistemas que emitam menos níveis de carbono para o meio ambiente. Conforme a ONU, as emissões desse poluente precisarão ser reduzidas pela metade até 2030 para evitar aumentos de temperatura de 2,7ºC.
Próximos acordos
Entre os encontros na conferência, a matriz energética do Estado foi assunto no estande do Brasil. A secretária adianta que há novos projetos, como o estudo do hidrogênio verde, um mapa de potenciais produtores e consumidores dessa fonte energética. Com lançamento em dezembro, o estudo apresenta dados sobre um possível substituto aos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, que estão relacionados a diversos problemas ambientais.
– Cerca de 80% da energia elétrica que nós utilizamos provém de fontes renováveis. Energia hídrica, solar, eólica e também biomassa, o que não significa que nós não precisamos evoluir e avançar nesse sentido – finalizou Marjorie.
Por Bibiana Pinheiro, [email protected]