Moradia estudantil

Reitoria e alunos da UFSM apostam em modelo de gestão dividida na Casa do Estudante

Gabriela Perufo e Lizie Antonello

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A nova versão da resolução que regra a moradia estudantil na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aprovada na sexta-feira, agradou aos estudantes e, aparentemente,  ao Conselho Universitário _ o novo texto foi aprovado por unanimidade.

A pergunta é: as novas regras vão promover as mudanças que o Ministério Público Federal (MPF) quer e que a universidade se propôs a fazer quando começou a reformulação das diretrizes? E, mais do que isso: as velhas práticas dos estudantes de seleção de moradores, reserva de vagas e, principalmente, benefício para quem não precisa, vão acabar?

Nos corredores ou entre os blocos da Casa do Estudante Universitário 2  (CEU2), no campus, moradores relatam o que ocorre longe dos olhos da Pro-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). Muitas pessoas que ocupam apartamentos conseguiram o benefício, mas não se encaixam na situação de vulnerabilidade. Carros (inclusive de modelos novos) estacionados nos gramados entre os prédios e motos nos halls dos blocos reforçam o que contam os estudantes.

_ Tem muita gente com carro aqui. À noite, o gramado lota _ relatou um morador.
_ Muitas pessoas negam vagas, querem ficar sozinhas nos apartamentos _ contou uma estudante que mora há mais de dois anos na casa.

Ainda há casos de estudantes que não têm o benefício e, mesmo assim, moram no local.

_ Alguns moradores dão desculpas, outros dizem que estão segurando vaga para um amigo. É injusto com quem precisa _ disse outro beneficiário.

_ Fiquei na união universitária por três meses e tive que esperar o bloco 26 ficar pronto porque não conseguia um lugar, mesmo sabendo que havia vagas disponíveis _ lamenta Kelly Silva dos Santos, estudante do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental.

Saída é a conscientização

A expectativa da universidade é que, mesmo tendo cedido e mantido a autonomia dos estudantes, a gestão compartilhada é a melhor solução para acabar com estas práticas. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) admite não ter condições de controlar tudo o que acontece nas casas de estudante. Portanto, a saída é a conscientização.

_ A casa do estudante é reflexo da sociedade. A população é maior que de muitas cidades (mais de 1,5 mil pessoas somente na Ceu 2, no campus). Claro que não temos olhos para todos. O objetivo é fazer uma cogestão com a diretoria da casa (do campus) para saber quem são os moradores, se têm o benefício e se estão nos padrões da vulnerabilidade social, dando oportunidade para quem precisa _ disse a pró-reitora adjunta da Prae, Jane Dalla Corte.


Ministério Público apura possíveis irregularidades

Não é de hoje que o Ministério Público Federal (MPF) está de olho na forma como são ocupadas as vagas nas casas do estudante da UFSM. Desde agosto do ano passado, um procedime"

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