Cerca de 80 professores da rede estadual protestam nesta segunda-feira em frente à sede da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Santa Maria. Conforme integrantes do Cpers, o acesso de servidores à sede será trancada as 17h de hoje como forma de para pressionar o governo em relação a greve das escolas.
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Conforme o diretor geral do 2º núcleo da Cpers, Rafael Torres, a mobilização acontece em diversas cidades do Estado nesta segunda. O sindicato pretende não recuar da greve, que já dura quase 50 dias, enquanto o governo não aceitar uma negociação.
– Está nas mãos do governo acabar com essa greve. Pelo jeito que vão as negociações, com falta completa de diálogo, a gente está se encaminhando para, talvez, a maior greve da história do Estado, e com o risco iminente deste ano letivo ser perdido – afirma Torres.
O diretor comentou sobre outras atividades que os professores planejam para esta semana e afirma que o "trancaço à 8ª CRE" é ação de apenas um dia. Contudo, não descartou a possibilidade do Cpers retorna mais adiante para uma ocupação do prédio. Em junho do ano passado, a categoria ocupou a sede da 8ª CRE por seis dias.
ESTADO
O coordenador da 8ª CRE, José Luis Eggres, disse ao Diário que apenas a direção do órgão ficou em uma sala da 8ª Coordenadoria Regional de Obras públicas (Crop), situada nos fundos da CRE, e os demais servidores foram liberados.
Eggres mostrou preocupação, pois, segundo ele, o "trancaço" interrompeu a aplicação da Prova Brasil, que calcula o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que avalia o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.
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De acordo com o coordenador, é por meio do Ideb que o governo federal repassa alguns recursos para as escolas. Eggres conta que alguns professores foram até à CRE para buscar as provas, mas não conseguiram pegar o material, já que o órgão estava fechado.

Além da Prova Brasil, o coordenador disse que o ato dos sindicalistas interrompeu o atendimento às escolas que foram atingidas pela tempestade da madrugada da última quinta-feira.
– Ficamos no aguardo de orientações da Seduc (Secretaria Estadual de Educação), porque esse ato trancou o nosso planejamento. Nós buscamos conversar com a categoria, mas eles se mostraram irredutíveis sobre a liberação das entradas da CRE. Respeitamos e fomos embora. Não vamos brigar. Eu também sou professor e tenho que dar exemplo aos meus alunos – argumentou Eggres.