A direção clínica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) anunciou, na manhã desta quinta-feira, a superlotação do Pronto Socorro (PS) do hospital. A informação foi repassada durante coletiva de imprensa no próprio Husm.
Pronto Socorro do Husm segue superlotado e com goteiras
De acordo com a direção da unidade, a situação chegou ao extremo. O PS tem 23 leitos e capacidade para atender, no máximo, 44 pacientes. E essa é a realidade atual. Além dos 23 pacientes que ocupam os leitos, há 44 pessoas em macas espalhadas pelos corredores. Hoje, são um total de 67 pessoas internadas, 23 a mais do que a capacidade máxima.
Hospital de campanha pode ser solução para superlotação do PS do Husm
Uma solução para o problema, apontada pela direção, seria os hospitais da região receberem aqueles pacientes que já foram atendidos no Husm e que só aguardam por alta. Isso desafogaria os leitos. Como isso ainda não ocorre, muito internados que já receberam o atendimento seguem no PS, o que provoca a superlotação.
Às vezes, esses pacientes já estão estáveis e não precisariam de toda a tecnologia que o Husm oferece. Mas não temos outros leitos para levar esses pacientes, então, eles ficam aqui e impedindo que, às vezes, casos mais graves sejam atendidos. A traumatologia já nos aliviaria de imediato, que é uma situação muito mais simples de resolver. Faxinal do Soturno fazia quase todas as cirurgias de baixa complexidade, cerca de 80 por mês. Hoje, é só o Husm. Isso aliviaria e muito. São cerca de 14 pacientes de traumatologia aqui no PS destaca o chefe da Divisão de Gestão do Cuidado, responsável pelo PS, Salvador Penteado.
Cirurgias atrasadas
O problema é um círculo vicioso: com a falta de leitos, muitos internados que passaram por cirurgia acabam esperando pela recuperação no bloco cirúrgico, já que as salas de recuperação estão lotadas. Assim, conforme o chefe da Divisão de Apoio e Diagnóstico Terapêutico, Sílvio Ribeiro, algumas cirurgias deixam de ser feitas:
Chega ao ponto de lotar a sala de recuperação, e o paciente ter que ficar se recuperando em sala de cirurgia, represando vários procedimentos cirúrgicos. Os pacientes acabam ficando mais tempo que o necessário em sala de operação e cirurgia, e a agenda fica atrasada. Os pacientes que estão esperando no PS deveriam ser operados em poucas horas e acabam esperando dois ou três dias, aumentando as complicações em consequência da falta dos procedimentos.
De acordo com Salvador Penteado, chefe da Divisão de Gestão do Cuidado, responsável pelo PS do Husm, o receio é que haja algum acidente com grande número de feridos e o hospital não tenha condições de atender.
Isso coloca a população em risco. Hoje, digamos que tenha um acidente, mesmo envolvendo poucas pessoas, pode trazer uma situação completamente incontrolável para o PS, no sentido que, estando com essa lotação, não temos estrutura de leitos e de funcionários para atender afirma o superintendente substituto e gerente administrativo do Husm, João Batista de Vasconcellos.
Mesmo superlotado, o PS segue recebendo pacientes.
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