Em uma votação apertada na assembleia geral, na tarde desta sexta-feira, em Porto Alegre, os professores decidiram, por 838 a 782 votos, manter a greve na rede estadual de ensino, iniciada no dia 5 de setembro. A diferença foi de 56 votos e a votação ocorreu por depósito de cédula em urna.
O diretor do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato, Rafael Torres, diz que os Comandos de Greve seguirão com as avaliações semanais do movimento. A primeira reunião do grupo deve acontecer nesta segunda-feira, de acordo com Torres.
– Agora que a decisão é seguir com a greve, temos que planejar bem os próximos passos e manter a mobilização. Há um desgaste, como qualquer movimento que dure tanto tempo, mas vamos fazer controle periódico do panorama – avalia o diretor do 2º Núcleo.
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Sobre comentários de perda do ano letivo, Torres afirma que não há possibilidade de isto acontecer, por que o ano letivo é diferente do ano civil. O que pode, e vai ocorrer, conforme o professor, é que os meses de aula de 2017 sejam recuperados em 2018 e, possivelmente, atrasar o início do ano letivo seguinte.
O diretor do núcleo reforça que as aulas serão recuperadas e diz que 80 dias de greve não significa a recuperação de 80 dias de aula, já que existem os finais de semana e feriados do período de paralisação, que não são dias letivos. No último levantamento feito pelo Diário, 26 escolas de Santa Maria seguiam com a greve.
ESTADO
O titular da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), José Luis Eggres, diz que o órgão recebeu a informação que, indiferentemente do resultado da assembleia, algumas escolas vão retomar as atividades letivas durante a semana.
Eggres acredita que o movimento dos professores perdeu força e que agora é o momento de pais, responsáveis e integrantes de conselhos escolares irem até os colégios para pedir o fim da greve.
– É uma minoria que segue com a greve. Os núcleos do Cpers já estão indicando que o melhor seria encerrar a paralisação, mas alguns poucos professores querem seguir. Então, digo que agora, mais do que nunca, é hora da comunidade escolar fazer uma apelo aos professores grevistas – sugere o coordenador.
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A respeito do ano letivo de 2017, Eggres pontua que se a greve tivesse encerrado nesta sexta-feira, as aulas de recuperação iriam até março de 2018. Mas garante que não há possibilidade das escolas não concluírem os 200 dias letivos, ou 800 horas do Ensino Fundamental e mil horas do Ensino Médio, referente a este ano.