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OPINIÃO: Reflexões de aniversário: um sentido para o Brasil

Giorgio Forgiarini

Aniversários são datas de celebração, de comemoração, mas, sobretudo, de reflexão. É dia de refletir sobre o sentido do passado e, principalmente, sobre o sentido que daremos ao futuro. Hoje, 7 de setembro, é aniversário do Estado brasileiro, não do Brasil, que já existia antes da declaração de independência, mas do Estado brasileiro enquanto ente político soberano e independente. Mais do que nunca, refletir é fundamental. 

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Afinal, para que o Estado brasileiro serviu no passado, para que serve hoje e para que há de servir no futuro? Me arrisco a algumas ponderações a respeito.No início, o então chamado ¿Império do Brazil¿ tinha o exclusivo propósito de manter a integridade do território nacional, evitar movimentos separatistas e repelir ameaças externas. 

Teve sucesso. Revoltas regionais como a sabinada e a farroupilha foram esmagadas. Simon Bolívar, embora sestroso com as relações entre Dom Pedro e as potências europeias, não ousou atentar contra terras tupiniquins, e as investidas do Paraguai de Solano Lopes foram rechaçadas com vigor. O território ¿brazileiro¿ foi mantido intacto a ferro e fogo, à exceção da Província Cisplatina, separada e convertida na República Oriental do Uruguay em 1828.Proclamada a República em 1889, o propósito do Estado brasileiro (agora com ¿s¿) se desloca para o fomento ao comércio exterior de produtos agrícolas. 

Medidas protecionistas e acordos internacionais com Europa e EUA impulsionam as exportações de algodão, borracha, açúcar e, principalmente, café, levando o Brasil a ser responsável por 60% do comércio de café no mundo. Porém, se exportávamos muito, importávamos mais ainda, de aço a tecidos, de farinha de trigo a cimento.Em 1930, com Vargas, a industrialização entra na pauta do Estado. Em uma lógica de ¿substituição das importações¿, dedica-se o Estado brasileiro a criar siderúrgicas, hidrelétricas e até fábricas de motores (alguém se lembra dos FeNeMês?). 

Entre 1930 e 1940, a produção industrial cresce em média 5,2% e o PIB 4,6% ao ano, mesmo o mundo sofrendo o baque do crack de 1929.Na segunda metade da década de 1980, a redemocratização e a promulgação da Constituição Cidadã de 1988 inauguram uma nova fase para o país. A ênfase do Estado se desloca do fomento à indústria para o cuidado com as pessoas. Muito embora forte resistência de parcela significativa da população, a previdência social foi ampliada, a assistência à saúde foi universalizada, e o ensino básico chegou a grotões antes não imaginados. Muito foi feito, mas muito ficou faltando.Temos, agora, de aproveitar este 7 de Setembro para refletir. Qual será o mote do Estado brasileiro daqui para frente? 

Qual deverá ser o sentido da vida desse país? Queremos que ele avance no cuidado com as pessoas e cumpra o que ainda não cumpriu, ou que retroceda e se volte a propósitos antigos? Hoje, somos uma democracia e cabe a nós decidir. Por isso, o convite: reflitamos. 

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