Literatura

Leonardo Brasiliense investe no planejamento da escrita

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Uma infância regada à televisão e videogames. Essa é a lembrança mais forte desse período da vida do escritor Leonardo Brasiliense. Natural de São Gabriel, ele conta que tinha muitos livros em sua casa, mas foi com os jogos que se divertiu enquanto criança. O leitor assíduo só se moldou quando ele veio para Santa Maria cursar Medicina na UFSM.

- Isso me faz pensar sobre como há muito mais possibilidades de leitura para os jovens hoje. Na minha época, não havia tantos títulos, eu lia Machado de Assis, por exemplo. Na faculdade, tornei-me um leitor literário. Gosto de escolher um autor e ler todas os livros dele, conhecer profundamente a obra do escritor - explica Brasiliense sobre suas vivências como leitor.

O Leonardo escritor surgiu aos 22 anos, durante a faculdade. Ele conta que não foi uma decisão, mas algo que aconteceu naturalmente:

- Era inverno de 1992, tive vontade de contar uma história e, depois disso, não parei mais. Terminava uma história e já vinha outra no pensamento.

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Nesse período, ele escreveu minicontos por dois anos.

- Foi um exercício literário. Quando paro para pensar, hoje, está na moda essa escrita, pois circula muito na internet. Mas eu não consigo escrever pensando no online, penso no fazer a obra - diz.

Defensor do livro, o escritor comenta que a internet aponta caminhos de pesquisa, mas o conteúdo está no papel. Ele acredita que a busca por livros não vai morrer, pois mesmo conectados, os jovens continuam a consumir sagas literárias.

Literatura: uma edificação de palavras

Engana-se quem pensa que o processo de escrita é fácil. Que é apenas sentar e escrever. Para Brasiliense, é um trabalho que exige muita organização. Para cada ideia de história, ele organiza um projeto do livro. Nele é definido o fato, o personagem, o conflito, os acontecimentos e só então, dá-se início à escrita. Às vezes, são meses apenas nesse processo inicial.

- Geralmente, levo de dois a três anos para escrever um livro adulto e um ano para o juvenil - conta.

Depois, além do programa para digitação, o escritor explora o uso do Excel para ordenar os capítulos. Ele anota, brevemente, o conteúdo de cada capítulo, assim tem a liberdade de escrever fora de ordem.

- A organização do projeto é um modo coeso para surgir o livro. A partir dele, mergulho no trabalho de escrita.

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Quanto às suas inspirações, ele esclarece que as ideias podem vir de um sentimento, de um fato, uma celebridade, uma notícia lida. A partir disso, com o projeto executado, a história chega até as prateleiras. Sobre isso, Brasiliense brinca que após os eventos de lançamento, o livro "esfria".

- Aí é o momento do trabalho e da propaganda "boca a boca" para que os leitores conheçam minhas histórias - relata.

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