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Instalada em Santa Maria, a subsidiária brasileira da fabricante alemã de blindados Krauss-Maffei Wegmann (KMW) tem hoje 40 empregados para manter o contrato de manutenção dos 220 veículos blindados Leopard 1A5, do Exército Brasileiro, e participa agora de uma concorrência para fazer a modernização desses equipamentos. Os planos do Brasil são prolongar a vida útil dos Leopard 1A5 por mais 10 a 15 anos, por meio da modernização eletrônica da torre, o que incluirá melhorias no radar de tiro, visores de motorista e comandante e ar-condicionado.
A disputa está na fase de coleta de informações, mas a proposta deve ser apresentada até abril. Só no ano que vem o Exército vai definir a empresa vencedora. Apesar de a KMW fabricar os Leopard, outras empresas podem disputar esse contrato de modernização.Caso a KMW saia vencedora, vai aumentar um pouco o número de empregados em Santa Maria, na sede da KMW do Brasil, que fica às margens da BR-287, na saída para São Pedro do Sul. Porém, a multinacional vai disputar outras três concorrências do Exército Brasileiro. Se ganhar uma delas, por exemplo, o número de funcionários poderá dobrar. Enquanto isso, continua com planos de expansão por meio de outros contratos de fornecimento ao Exército.
Futuro blindado de lagartas.
O contrato da KMW do Brasil com o Exército Brasileiro para manutenção dos Leopard 1A5 segue em vigor até 2027. Como eles devem ser modernizados para ficarem em uso por mais 10 a 15 anos, a tendência é que a KMW se prepare para concorrer futuramente a uma nova disputa para fabricar os novos blindados de lagartas (esteiras) do Exército Brasileiro. Porém, isso deve levar alguns anos para sair do papel e também do Orçamento federal. Afinal, são contratos bilionários.
KMW acabou desistindo de concorrência, e Iveco fabricará novo blindado, com contrato de até R$ 5 bi
Em 2022, a KMW chegou a buscar informações para participar da concorrência internacional para fornecer ao Brasil um novo blindado de combate sobre rodas (8 x 8), com canhão de 120 milímetros. Era uma esperança para que a empresa pudesse iniciar a montagem de blindados em Santa Maria, futuramente.
Porém, o modelo Boxer, da KMW, tem um nível de blindagem e de tecnologia bem acima das exigências do Exército Brasileiro nessa concorrência e custaria bem mais do que o preço dos outros concorrentes. Por isso, a KMW acabou desistindo da disputa.
No final de novembro, o Exército divulgou o ranking das três concorrentes, e o veículo Centauro II, do consórcio italiano que inclui a Iveco e a Leonardo, ficou em primeiro lugar. O consórcio terá de entregar duas unidades em 2023 para testes no Exército. Se forem aprovados, o Brasil vai comprar até 98 blindados desse tipo, num contrato que pode chegar a R$ 5 bilhões. Possivelmente, serão montados na Itália e, futuramente, no Brasil, na fábrica da Iveco em Sete Lagoas (MG). Em segundo lugar, ficou a canadense GDLS, e em terceiro, a fabricante chinesa Norinco.