Jorge Brandão: Deus nos pune?

Redação do Diário

Jorge BrandãoEmpresário e escritor espírita

Por termos sido ao longo da nossa história, muito mais “enformados” do que informados, sobre o que é Deus, com uma visão de um deus punitivo, sempre pronto para nos julgar e até mesmo nos castigar, um deus que privilegia alguns filhos em detrimento de outros, este deus, sentado em seu trono a nos observar, ele ainda vive no imaginário da maioria de seus filhos, mas este deus simplesmente não existe.

Ao imaginar um deus antropomórfico com estas características, compreendemos o porquê tantos o negam ou temem desse deus que castiga.

Uma das belas descrições que li sobre o poder divino é do cientista francês Antônio Zichichi, físico nuclear, professor da Universidade de Bolonha, presidente da Federação Mundial de Cientistas, onde diz: “Por trás da formação do universo há uma força organizadora perfeita, uma sabedoria suprema, uma perfeição inimaginável a causa primeira de todas as causas.” Na questão número um do Livro dos Espíritos, Allan Kardec buscou primeiramente saber dos espíritos superiores o que é Deus? E não quem é Deus? O que foi respondido com simplicidade, sabedoria e absoluta segurança “Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.”

Não poderemos nos sentir seguros onde quer que estejamos, sem pelo menos alimentar a ideia de uma fonte criadora e imortal. A compreensão de um Deus que é nosso pai de amor, justiça e bondade, nos dá um ambiente de fé e um verdadeiro sentido para viver. Quando não entendemos isso buscamos endeusar algo ou alguém e acabamos inevitavelmente nos frustrando.

Experimentamos uma alegria ao entrarmos em contato com a natureza, desde uma pequenina folha verde a imensidão das galáxias, pois ela fala aos nossos sentidos de uma inteligência acima de todas as inteligências humanas, de um amor maior, de uma paz operante nos seus mínimos registros de vida. Esta alegria, esta sensação de paz se conecta com Deus que está no centro da nossa existência, porque ele está em tudo e nada vive sem a Sua benfeitora presença.

Definir Deus em sua plenitude, não é possível, pelas nossas limitações, porém a medida que evoluímos em conhecimento autonomia moral e a pratica do amor, ampliamos a nossa consciência, e, podemos melhor perceber a grandiosidade de toda a sua criação, e então a bruma que nos cega, aos poucos vai se dissipando.

Deus não está limitado à humanidade, ao planeta Terra ou à Via Láctea. Deus abrange todas as coisas, todos os seres vivos, inteligentes ou não, encarnados ou desencarnados onde quer que se encontrem. Deus se estende por todo o Cosmo e mantém todos os universos organizados e ordenados.

Deus não vigia, não fiscaliza, não pune, não castiga, não determina ou executa sentenças. O que nos parece as vezes uma punição nada mais é do que uma correção dos desvios que nós falíveis aprendizes trilhamos ao usar mal o nosso livre arbítrio.

Lei de causa ou efeito ou lei de ação e reação, define-se esta lei divina perfeita, pela qual cada ato corresponde a um efeito, cada ação corresponde a uma causa.

Ao semearmos não é possível a terceirização da colheita, nós mesmos é que teremos que granjear, nesta ou em outras existências, seja ela uma safra de flores ou de espinhos.

Deus não ‘castiga’ quem erra, mas por amor pode não interferir nas consequências de nossas escolhas, possibilitando assim que colhamos a experiência dos nossos equívocos e aproveitemos disso para nosso crescimento.

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