Crime brutal

Grupos se mobilizam para ajudar Cheikh Foutyou Diba, jovem que teve corpo queimado em Santa Maria

"Na noite de domingo, uma reunião do grupo Direitos Humanos e Mobilidade Humana Internacional (Migraidh) – ligado ao curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – definiu as próximas medidas a serem tomadas em apoio a Cheikh Oumar Foutyou Diba, 25 anos. Uma vaquinha foi aberta para arrecadar recursos para o senegalês.

O imigrante senegalês teve parte do corpo incendiado enquanto dormia em uma calçada da Avenida Rio Branco, em Santa Maria, na manhã de sábado. Três homens teriam praticado o crime e fugido, levando a maleta de bijuterias que Diba vendia na cidade, seus tênis e os R$ 500.

Desde que teve alta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o rapaz está sob acolhida de integrantes do Migraidh, que ofereceram hospedagem e demais cuidados. Agora, o grupo busca por justiça. Na reunião de ontem, o grupo estabeleceu estratégias para os próximos dias.

Deve ser realizada uma caminhada em apoio a Diba, nesta semana, em horário e local a ser definido. Além disso, o grupo pretende conseguir uma audiência pública na Câmara de Vereadores para que o assunto seja levado ao poder público. Também serão encaminhados documentos à Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público, Gabinete do Prefeito e Secretaria de Desenvolvimento Social, com pedido de acompanhamento do caso. Serão exigidos de todos os órgãos ações de acolhimento e proteção de imigrantes e investigação rigorosa do crime.

O ataque a Diba também mobilizou o Movimento Negro de Santa Maria, que estuda propostas para criação de políticas públicas para os imigrantes. Segundo a antropóloga e militante Maria Rita Py Dutra, é recorrente a vinda de haitianos e senegaleses para a cidade, o que exige a criação de políticas públicas específicas para acolhimento dessa população.

Diretor do Museu Comunitário Treze de Maio, o professor João Heitor Silva Macedo entrou em contato com empresários da cidade para tentar conseguir empregos para os imigrantes. Ele esteve em Caxias do Sul, ano passado, acompanhando o caso dos imigrantes haitianos e crê que essa experiência possa ser útil em Santa Maria.

– Já estávamos preocupados com a situação dos imigrantes, em relação à permanência deles aqui, a questão de moradia e de emprego. Então, entrei em contato com as empresas e aguardo respostas – conta Macedo.

No domingo, o Ministério da Justiça divulgou uma nota lamentando o caso.

Nota para a imprensaO Ministério da Justiça lamenta com pesar o incidente envolvendo o imigrante senegalês Cheikh...

Posted by Ministério da Justiça on Domingo, 13 de setembro de 2015


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