a serviço dos brasileiros

Esquadrão Pantera celebra 50 anos de resgate, salvamento e histórias para contar

Arianne Lima

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Foto: Renan Mattos (Diário)

No dia 19 de julho, o 5º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação (5º/8º GAV) completou 50 anos de serviços prestados à população brasileira. Tradicionalmente, as comemorações tem início no dia 18, com o encontro de ex-integrantes, e são encerradas no dia 19, com um culto ecumênico e almoço com militares e familiares. Entretanto, desde 2020, o Esquadrão Pantera, como também é conhecido, tem cancelado as atividades por conta da pandemia. A expectativa de celebrar devidamente, em outubro deste ano, carrega a esperança e o orgulho em relembrar uma trajetória de conquistas e avanços construída ao longo dessas cinco décadas. 

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MUDANÇAS DE NOME

Antes de ser conhecido como Esquadrão Pantera, a unidade da Força Aérea Brasileira teve outras nomenclaturas. Veja:

  • 1971 - Surge o Quarto Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque (4° EMRA), sendo considerado um dos primeiros dessa categoria na Força Aérea Brasileira.
  • 1972 - Ocorre a alteração para Quinto Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque (5° EMRA).
  • 1980 - O 5° EMRA é desativado, transformando-se no 5° Esquadrão do 8° Grupo de Aviação (5°/8° GAV).


EVOLUÇÃO

Com sede na Ala 4 (Base Aérea de Santa Maria), o Esquadrão Pantera conta com uma equipe composta por 110 militares, que se empenha em ações de busca e salvamento terrestre e aquática em combate e em tempos de paz, assim como no transporte de civis, enfermos e de vacinas para todas as regiões brasileiras.

De acordo com o tenente coronel aviador Fernando Fernandes de Castro, 42 anos, atual comandante do 5º/8º GAV, por conta de positivas experiências, tanto no ar quanto no mar, o grupo é designado para operações em regiões contempladas pelo Conesul da América. Entre incontáveis missões de busca, resgate e salvamento, é possível destacar o trabalho realizado nas enchentes na Bolívia e em Santa Catarina em 2008, as buscas após o desabamento de cem metros da ponte sobre o rio Jacuí, na RSC-287, entre os municípios de Agudo e Restinga Sêca, em 2011, o transporte hospitalar de sobreviventes da boate Kiss, em 2013, e, recentemente, a Operação Pantanal, com foco no combate aos incêndios em 2020.

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Para o comandante Castro, o Esquadrão Pantera, que conta com seis aeronaves, entre eles helicópteros H-60L Black Hawk, apresenta uma evolução não apenas nos equipamentos, mas também em seus métodos. 

- O esquadrão nasceu em 1971. Desde então, ele vem evoluindo junto com a tecnologia. Nestes anos, ele foi equipado com diversas aeronaves. E junto com elas, veio a aplicação de outros equipamentos, como óculos de visão noturna, no qual o esquadrão é pioneiro não só na Força Aérea, mas como um todo. Atualmente, nós utilizamos um helicóptero bastante moderno e altamente capaz, que é o Black Hawk - afirma o tenente coronel. 

Antes da chegada deste helicóptero, em 2011, o 5º/8º GAV operava principalmente o Bell H-1H Iroquois, também conhecido como 'sapão'. Foi com esse modelo norte-americano de pintura especial e iluminação no painel adequada para o uso de óculos de visão noturna que o Esquadrão Pantera passou a realizar operações também à noite, desde 1997.

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SATISFAÇÃO EM AJUDAR

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O tenente aviador Josué Marcos Coelho Gonçalves, 26 anos, ingressou na Força Aérea em 2010. Em 2018, veio para Santa Maria fazer parte do Esquadrão Pantera, onde, além de ser piloto e trabalhar constantemente com buscas e resgates, atua também com comunicação. Cada experiência nessa trajetória é valiosa para o militar.

- Foi depois de minha especialização em Natal (RN) como piloto de helicóptero, que eu cheguei aqui em Santa Maria, no Esquadrão Pantera, para voar no Black Hawk. Foram 8 anos árduos para me tornar piloto. E sempre foi o meu sonho trabalhar com busca e salvamento, porque salvar vidas é uma missão muito nobre. Eu escolhi isso para mim. Graças a Deus, hoje consigo ter esse trabalho e me sinto muito realizado por fazer isso dentro do Esquadrão, tanto como piloto quanto como homem de resgate - argumenta Gonçalves, orgulhoso. 

O sentimento também é compartilhado pela tenente aviadora Maria Luisa Michelon Silveira, 28 anos. Em 2017, a santa-mariense ingressou no Esquadrão Pantera, onde tem atuado como instrutora na aeronave Black Hawk e piloto operacional no C-98 Caravan. Sendo uma das quatro mulheres que já passaram pela equipe nesses 50 anos de atividades, ela reconhece a importância de sua presença no local, especialmente por ser exemplo para novas gerações. Quando questionada sobre sua referência dentro da profissão, ela cita o próprio pai: o suboficial da reserva, João Galvão Saldanha Silveira. 

- A minha inspiração é meu pai, porque ele é militar também. Ele serviu por muitos anos aqui em Santa Maria e me trazia quando era criança. Na época, era a Base Aérea. Víamos juntos os helicópteros voando. Eu cresci praticamente dentro da base, vendo helicópteros e aviões - comenta a tenente.

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Foto: Renan Mattos (Diário)

A tenente aviadora Maria Luisa Michelon Silveira é instrutora de voo no helicóptero Black Hawk (ao fundo)

O major Eduardo Alexandre Costa, 40 anos, que atua como oficial de operações, relembra do marco de maior tempo de resgate distante sem abastecimento realizado pelo Esquadrão Pantera, em fevereiro de 2020. A aeronave teria sido o Black Hawk, que tem raio de ação de 340 quilômetros e pode voar por 3 horas e 30 minutos direto. Sobre o serviço prestado desde 2006 na Ala 4, o militar descreve como de altruísmo diário. 

- É um sacerdócio. Somos o que somos 24 horas por dia, e a nossa profissão é a nossa vida. Dedicamos nossa existência em favor do outro. Acordamos todos os dias para vir para cá e se preparar para que, caso algum cidadão precisar, estejamos prontos para ajudar, proteger e garantir que fique bem. Eu não tenho palavras para explicar. É altruísmo diário!

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Foto: Renan Mattos (Diário)

O helicóptero Sikorsky H-60L Black Hawk tem raio de ação de 340 quilômetros e pode ficar por 3 horas e 30 minutos no ar com apenas um abastecimento

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