“É uma oportunidade gigantesca de desenvolvimento", diz prefeito de Faxinal de Soturno sobre reconhecimento da Quarta Colônia como Geoparque Mundial

Após a cerimônia do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas (Unesco) em Paris, que iniciou a partir das 4h do horário de Brasília e oficializou a aprovação dos Geoparques Caçapava e Quarta Colônia, representantes dos projetos e da região repercutiram o ocorrido.

Ao ser oficializada a aprovação, a organização do evento parabenizou os 18 geoparques pelo sinal positivo e pelo trabalho. Destacou também o Estado do Rio Grande do Sul, que agora possui mais dois territórios reconhecidos mundialmente, sendo o maior em número de geoparques – no total são três. O professor de Geologia da Universidade Federal de Santa Maria e coordenador científico do Geoparque Caçapava do Sul, André Borba, relatou ao Bom dia, Cidade!, da Rádio CDN, a alegria ao receber a notícia: 

– Além da alegria pelo que já foi feito, agora teremos mais trabalho pela frente. Teremos que trabalhar em rede com outros geoparques para a popularização da ciência, cumprir com os objetivos sustentáveis da Unesco para manter o selo de certificação. Foi uma caminhada muito longa e ver isso concretizado nos traz uma alegria muito grande. Traz novos olhares para a questão turística aqui da região, com visitação de outras pessoas. Isso também nos obriga a qualificar ainda mais. 

Presente na 2ª Conferência Estadual de Turismo, a Confetur, no Recanto Maestro, em Restinga Sêca, o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, falou sobre o reconhecimento e a importância do selo para o Estado: 

– É uma grande alegria e um dia muito importante. Isso é fundamental para o desenvolvimento dessas localidades. Porque ele leva a importância delas, agora, reconhecidas pela Unesco, da sua importância geológica e tudo o que pode ser acoplado nesse tema no que tange a pesquisa, ao turismo, ao desenvolvimento econômico sustentável e, principalmente, ao valor histórico de cada uma dessas regiões gaúchas. Agora é aproveitar e entender como o Estado pode colaborar para fomentar ainda mais a economia dessas regiões.

O prefeito de Faxinal do Soturno, Clóvis Montagner, também presente na Confetur, comentou feliz sobre o resultado para a região, Estado e país. O prefeito reforçou a importância do trabalho já feito e em conjunto com os nove municípios que compõem a Quarta Colônia junto à Universidade Federal de Santa Maria:  

– Aqui no evento recebemos a notícia com muita euforia. Estávamos assistindo a conferência. Vemos uma oportunidade gigantesca de desenvolvimento. O selo também vai exigir melhorias e aperfeiçoamentos das nossas administrações para modernizar e potencializar os valores enormes que temos na região.

Além disso, destacou para a valorização de todos os povos e etnias que compõem a Quarta Colônia e o município de Caçapava: 

– Quando você fala de Quarta Colônia, não é a Quarta Colônia só da imigração italiana e alemã, temos também a quilombola e africana. Uma união de povos que construíram ao longo desses anos todos numa região muito bonita, muito acolhedora e que trabalha muito para se desenvolver. 

Desenvolvimento

Já pensando no desenvolvimento do turismo da região e que pode vir a se intensificar com a validação do selo de geoparque mundial, os municípios voltam a atenção para os turistas que venham a visitar a região. Segundo Montagner, centros de atendimento aos turistas estão sendo criados para realizar este atendimento especializado. Isso abre também espaço para a iniciativa privada e para o empreendedor local. Além de outras ações já realizadas: 

– Nós acabamos de fazer uma obra de asfalto. Estamos calçando 4.360 metros, que é toda subida em direção ao São Pio, vamos reconstruir o mirante do Cerro Comprido adaptando com um espaço mais aconchegante para receber o turista. 

O trabalho foi integrado entre municípios e a UFSM. Conforme explica o prefeito de Faxinal do Soturno, a universidade, junto dos seus profissionais, foi fundamental para o aprimoramento dos planos municipais de turismo:

Futuro

A certificação vale por quatro anos. Ao encerrar o período, uma nova avaliação é feita para conferir se o projeto foi executado e quais os avanços. Em 10 de setembro, os representantes irão até Marrakech, em Marrocos, para receber a certificação em cerimônia mundial de geoparques. 

*Colaborou Gilberto Ferreira