Mais de um ano depois da onda de violência que preocupou a comunidade escolar e moradores próximos à Escola Adelmo Simas Genro, no bairro Nova Santa Marta, na região oeste de Santa Maria, um cenário diferente, regado à música e alegria tomou conta do pátio da instituição na tarde deste sábado.
Promovido pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras), por meio de um projeto desenvolvido por uma aluna do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o "Ação Social Conviver é Viver" reuniu alunos, pais de alunos e comunidade em geral em atividades recreativas na sede da escola.
Depois que onda de violência fechou escola e unidade de saúde, poder público deu respostas
Segundo a aluna idealizadora do projeto, Simone Rodrigues de Sousa, 22 anos, é preciso se criar um movimento de modo que não só as pessoas procurem o Cras, mas que se estendam e se ampliem esses serviços que já vêm sendo feitos:
– Queremos ir além do plantão na sede do Cras. Queremos mostrar nosso trabalho indo até a comunidade.
De acordo com a psicóloga responsável pelo Cras Oeste, Carine Pereira, a iniciativa propõem, sobretudo, ações de decentralização e que atinja o maior número de pessoas:
Leia todas as notícias do Diário nos Bairros
– Sabemos como as pessoas desta região são rotuladas. Nós, que pertencemos a um serviço assistencial, temos que desconstruir isso. Se alguém cometeu algum delito, mesmo assim, não deixa de ter família, de necessitar de assistência. É um momento de trazê-los para perto de nós, queremos fortalecer vínculos com ajuda da escola.
Ações sociais têm trazido impactos positivos à escola, mas sozinhas não são suficientes
Conforme a vice-diretora da escola, Sandra Tagliapietra Cargnin, projetos como o desta tarde valorizam o papel da escola, dos professores e estreitam laços com pais e alunos. Ela sugere, por exemplo, que sejam oferecidos cursos profissionalizantes aos alunos e policiamento permanente. Desde que houve um tiroteio em março do ano passado, muita coisa mudou. Contudo, ainda é preciso ir além. A instituição ainda enfrenta problemas:
Nova Santa Marta vai ganhar projeto do Comitê Crack é Possível Vencer
– Sempre que precisamos podemos contar com a Brigada Militar. O BOE nos ajuda muito. O problema é falta de efetivo. Até o final do ano eles estavam todos os dias, depois, com a Operação Golfinho, foram diminuindo. Esse foi um evento solidário, mas não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos de fazer. A escola ainda se sente vulnerável. Convivemos com a violência e a questão das drogas. Somos uma escola pública, teríamos que ter opções para esses jovens terem ocupação.
Informação e entretenimento no pátio da escola
Segundo a vice-diretora da Adelmo Simas Genro, que tem 539 alunos, este sábado, que seria um dia letivo foi substituído para realização do projeto. Ao longo da tarde foram ministradas oficinas de arte, orientações sobre o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya, participação do e atrações musicais. Teve apresentação do coral Canto e Magia, da Escola Marista Santa Marta, e a banda marcial da Urlândia. Além disso, um brechó foi organizado para arrecadar fundos aos alunos do EJA e do 9º ano. A ideia é fazer uma viagem no final deste ano.
O projeto Ação Social C"