Após mais de 50 anos abandonado, a reforma do prédio inacabado da Avenida Rio Branco vai começar na próxima segunda-feira (11). O edifício foi vendido pela prefeitura para a Construtora Jobim em maio deste ano. Neste sábado (8), os detalhes sobre como ficará o espaço após a obra foram apresentados durante um evento no empreendimento, denominado, agora, Maria com Amor.
– Estamos lançando o Maria, com Amor e, agora, a ideia é tocar a obra. A entrega é para o dia 17 de maio de 2026. A Avenida Rio Branco é uma das mais bonitas do nosso país e merece (isso), a população também. Vamos fazer parte dessa história, dando vida e alegrando o prédio – afirma Gustavo Jobim, diretor e proprietário da Construtora Jobim.
Uma das novidades mais aguardadas era a fachada. Inicialmente, a construtora havia anunciado que o edifício seria totalmente revestido de vidro em tom azulado. Porém, os planos mudaram, conforme explica a arquiteta, Bruna Jobim, responsável pelo projeto.
– Buscamos uma relação com a cor da construtora, que é o amarelo, queríamos trazer um pouco mais dessa identidade para o projeto. Além de (dar mais) agilidade na construção e finalização. Ficamos muito orgulhosos do resultado. A ideia era que a fachada transmitisse um movimento alinhado com a arquitetura contemporânea. Por isso, trabalhamos com os cheios e vazios, valorizando as sacadas, que é uma característica forte que visualizamos hoje. A partir disso, também desenvolvemos a questão do protagonismo da cor – relata Bruna.
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Quatro murais vão estampar as laterais do prédio com ilustrações da Virgem Maria, de três arcanjos, do Ipê roxo, e Avenida Rio Branco, Gare e Vila Belga (reunidas em um mural). As artes foram produzidas pelo artista Juliano Lopes.
– É uma honra muito grande fazer as artes que simbolizam ícones para a cidade e para esse espaço, que há tanto tempo as pessoas imaginam como seria. É um prazer muito grande como artista santamariense, nascido e formado aqui, poder renovar essa região da cidade e participar desse momento – diz Juliano.
Autoridades de Santa Maria acompanharam o lançamento do empreendimento Maria com Amor neste sábado (8). O prefeito, Jorge Pozzobom, relembrou que o prédio era uma demanda sem resolução há muitos anos e que está com boas expectativas para a reforma do edifício:
– Tomamos a decisão de pegar problemas crônicos e resolvê-los definitivamente. Esse é mais um exemplo, um prédio da década de 70 que já era para estar pronto, era para ter dado amor e não foi dado. Agora, vem o Gustavo Jobim com a família para fazer isso. Particularmente, estou muito feliz.
Área residencial
Na área residencial, o prédio vai contar com 298 apartamentos em formato studio (mais compactos) com quatro plantas diferentes. De acordo com a arquiteta Bruna Jobim, as unidades terão tamanhos que variam de 16 m² a 19 m², sendo que, nos primeiros andares, estarão as moradias menores, e nos superiores, as maiores. A previsão é que os apartamentos tenham custo a partir de R$ 95 mil.
Os moradores ainda vão ter acesso à uma área de uso compartilhado na cobertura do Maria com Amor com piscina, espaço gourmet, sala de jogos, academia, lavanderia coletiva e loja de conveniência 24h por dia.
Área comercial
Na parte comercial, uma galeria com pé direito de 7m de altura vai unir a Avenida Rio Branco com a Rua Francisco Mariano da Rocha. Nesta área, serão 23 espaços destinados para lojas e salas comerciais.
Restaurante
Na cobertura, também haverá um restaurante com vista da cidade aberto ao público. A entrada será diferenciada para visitantes e moradores.
– Temos um acesso exclusivo para o restaurante da cobertura, com terraço e mirante. Essa pessoa vai chegar e subir direto em um elevador panorâmico, curtindo o visual da cidade – explica a arquiteta.
Um longo caminho
- Construído nos anos 1960 na Avenida Rio Branco, entre a Vale Machado e a Daudt, o prédio teve a obra paralisada no início da década de 1970
- Nos anos 1990, o Ministério Público entrou com ação na Justiça pedindo a demolição do esqueleto do edifício, de 14 andares, mas o processo se arrastou por muito tempo. A demolição acabou não sendo feita porque sairia muito caro
- Em 5 de março de 2012, durante o governo do então prefeito Cezar Schirmer, a prefeitura, com base em laudos estruturais de que o prédio poderia ser concluído com segurança, decidiu tomar posse do imóvel. Foi num processo chamado de arrecadação, em que o município pediu à Justiça para se tornar dona do imóvel em troca de dívidas de IPTU existentes. Com isso, a prefeitura não precisou pagar nada aos antigos donos do prédio e do terreno
- Em 2022, o governo Jorge Pozzobom lançou a licitação para vender o imóvel, mas ninguém apresentou proposta de compra. Este ano, em novo leilão, a Construtora Jobim foi a única concorrente e pagou R$ 2,9 milhões pelo imóvel