Foto: Flávio Silva/Divulgação
Após 10 anos, a tenda da vigíla dos familiares das vítimas da tragédia da Boate Kiss foi retirada da Praça Saldanha Marinho, na manhã desta sexta-feira (14). A estrutura era usada para realizar homenagens, como durante a programação realizada nos 10 anos da tragédia, e acompanhar os desdobramentos do caso, principalmente, no julgamento dos réus da boate. O pedido de retirada da armação foi feito à prefeitura pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Além disso, todos os dias 27, uma tenda móvel será montada no mesmo local para as vigílias.
Conforme o ex-presidente e atual conselheiro da AVTSM, Flávio Silva o objetivo para retirar a tenda do local, que se tornou simbólico para a cidade, ocorreu por causa das pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social que ficavam no espaço.
– Eles se acomodaram aqui e não conseguíamos tirar. Estava ficando difícil fazer vigília. No mês de junho, na última vigília que fizemos, foi bastante complicado, porque as pessoas não queriam sair e retirar os colchões. Nos dói ter que fazer essa decisão, mas precisou ser tomada – explica Silva.
A tenda vai ser guardada em um depósito, mas, segundo o ex-presidente, todos os dias 27 será montada uma estrutura móvel, no mesmo espaço da antiga, para serem realizadas as vigílias.
Pessoas em vulnerabilidade social no município
O secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves, estava presente na retirada da estrutura. De acordo com Chaves, no momento da desmontagem, cinco pessoas em situação de rua estavam no local e dois aceitaram acolhimento nas casas de passagem.
– Outros dois aceitaram conhecer, mas um deles não aceitou. Sempre tentamos fazer esse convencimento, por meio dos nosso profissionais. Estamos em diálogo com eles para sempre tentar levar para as casas de acolhimento.
Na manhã desta sexta-feira, a gestora da Associação da Casa de Acolhimento Maria Madalena, Mileni Scalco, comentou que ocorreu tudo tranquilo no diálogo com as pessoas em situação de vulnerabilidade social:
– O trabalho de acolhimento foi uma busca da secretaria, do Creas (Centro de Referência de Assistência Social) e nós fomos chamados. Em um primeiro momento, foi feito uma escuta dessas pessoas que dormiam na barraca da Kiss, eles já tinha sido acolhidos, porque são usuários flutuantes (saem da casa de passagem). No primeiro acolhimento fazemos o protocolo de saúde, a assistente social já faz o protocolo dos documentos (identidade) para conseguir os benefícios sociais.