Numismático

Colecionador de moedas de Santa Maria reúne tesouros e raridades há 60 anos

Colecionador de moedas de Santa Maria reúne tesouros e raridades há 60 anos

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Ouro, prata, bronze, pequena, grande, invertida, lisa.... essas são as diversas formas que uma moeda pode ter. Alguns modelos são raros, enquanto outros são mais comuns, que podem ser encontrados na nossa carteira. Mas imagine guardar toda essa variedade de modelos, de forma tabelada e extremamente organizada, há mais de 60 anos? É isso que faz um numismático, um estudioso de moedas.


Assim é possível descrever o santa-mariense Sergio Edmundo Pedroso Avila, de 86 anos. Ele abriu as portas de sua casa para mostrar o enorme acervo de moedas brasileiras e estrangeiras, além de cédulas que possui.


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A coleção teve início em 1962, quando o então militar foi transferido de quartel. Na época, ele começou a ganhar moedas como forma de presente dos colegas e amigos, e conforme o tempo passava, esses presentes aumentavam e ele se viu na obrigação de organizá-los; e assim esse simples hábito evoluiu e perdura por seis décadas.


Quando questionado sobre a quantidade de moedas e cédulas guardadas, o colecionador não sabe mensurar:


– Impossível chegar a um número, são muitas!


E isso se comprova quando nos deparamos com o espaço onde esses materiais são guardados. Sergio possui uma coleção prioritariamente de moedas brasileiras, desde os anos de 1800, catalogadas e organizadas do período do Império e da República, além de estrangeiras, em ouro, prata e níquel. Recentemente, ele foi presenteado com 28 moedas colombianas, o que enriquece ainda mais o seu acervo.


– As estrangeiras são todas presentes. As pessoas viajam e voltam trazendo alguma moeda. Me perguntam se eu quero e eu aceito, são todas bem-vindas. Já as brasileiras são as minhas queridas; comecei ganhando, mas atualmente eu compro algumas também – conta.


São aproximadamente 164 países representados em moedas estrangeiras. Ainda faltam alguns países e ele espera ser presenteado para completar essa coleção.


Foto: Nathália Schneider (Diário)


Dentro do acervo das brasileiras, entram também as comemorativas, normalmente em prata e de tamanho maior que de costume, guardadas em um estojo, junto com uma espécie de “certificado de autenticidade”. Modelos desse tipo não são circulantes, ou seja, o foco aqui é a coleção. 


Para ter acesso a elas é necessário estar atento a propagandas específicas ou ficar em contato com bancos. Esses modelos adquiridos por Sérgio foram comprados direto com um banco de Porto Alegre, que recebe do Banco Central. Destes modelos, ele possui das Olimpíadas, Copa do Mundo, do centenário de Ari Barroso e Carlos Drummond de Andrade e, por fim, a preferida deste colecionador:


– Meu xodó é a do Ayrton Senna, em prata e muito brilhosa. É linda e histórica!


Foto: Nathália Schneider (Diário)


Além da organização, o processo de guardá-las também exige cuidados. As moedas brasileiras são guardadas em álbuns, por datas e outras características específicas. Já as estrangeiras são protegidas em folhas:


– Tenho 7 álbuns de moedas brasileiras. Não consigo especificar quantas cabem em um álbum, pois depende do tamanho. Já as estrangeiras são espalhadas em folhas, cabem 24 em cada. É um material que não tem em Santa Maria, eu encomendo de Porto Alegre. 


O colecionador explica que algumas vezes, ele ganha moedas sujas ou engorduradas. E então, como limpar? Para isso, ele tem a solução:


– Uso borracha de lápis ou pasta de dente. Espalho a pasta na moeda, esfrego com os dedos e lavo na água corrente. Depois é só secar e guardar, fica brilhando!


O que motiva Sérgio a colecionar por tantas décadas são as novidades anuais. Ele conta que é possível ver a data que o modelo foi lançado, então é necessário sempre atualizar a coleção. Se parar, perde a finalidade da coleção.


Há cerca de cinco anos, um outro item foi incluído na rotina dele: colecionar cédulas brasileiras. São modelos desde o início da República, todas foram presente também. Elas são envelopadas em folhas plásticas, cabem até cinco modelos em cada.


Os modelos são variados, indo desde as antiguidades, tradicionais e algumas que sofreram pequenas alterações, sendo assim, consideradas raras e valiosas por si só.


Foto: Nathália Schneider (Diário)


Numismáticos não são comuns na cidade. Questionado se conhece outro colecionador na cidade, ele responde:


– Pode até ter, mas igual a minha coleção não tem igual!


Segurando uma lupa, ele analisa de forma criteriosa cada uma de suas antiguidades. Questionado sobre o que sente ao mexer na sua raridade, ele conclui:


– É um hobby relaxante. Quando eu mexo na minha coleção, entro em outro mundo e esqueço dos problemas. Isso me faz muito feliz.

Foto: Nathália Schneider (Diário)


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