O número cada vez maior de focos do mosquito Aedes aegypti encontrados em Santa Maria desencadeou uma ação que busca eliminar possíveis criadouros e evitar um surto de doenças na cidade. Ontem, 106 agentes comunitários de saúde, que participam de uma capacitação coordenada pela prefeitura e pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), da Secretaria Estadual de Saúde (SES), realizaram uma vistoria no Cemitério Ecumênico Municipal.
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Divididos em 10 grupos, que contavam com a participação de um agente de combate a endemias do município e um do Estado, os agentes inspecionaram o cemitério e eliminaram possíveis criadores do mosquito. Durante a visita, os grupos removeram e destruíram materiais que pudessem acumular água. Os grupos também deixaram potes que não podiam ser destruídos ou eliminados virados para baixo.
O agente de saúde pública do Ministério da Saúde e integrante do Cevs Jair Martins destaca que Santa Maria apresenta alto risco para epidemia em função de que o nível de infestação da cidade já chega a 4,3%.
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– Nossa proposta é inserir os agentes comunitários de saúde nas ações de combate ao mosquito. No trabalho de campo, realizado no Cemitério Municipal, orientamos para que eles eliminem tudo o que é possível e que pode acumular água, como pratos, celofane e outros objetos. Estamos juntos para repassar orientações, mostrar o que e como recolher. Santa Maria tem um risco iminente de surto epidemiológico, tamanha é a infestação do mosquito na cidade – explica Martins, que coordena a capacitação do grupo.
Além do cemitério, os grupos também visitaram residências e terrenos particulares do entorno, com o objetivo de orientar os moradores. Segundo Martins, cerca de 80% dos focos encontrados na cidade estão em pátios de residências.
REFORÇO
O superintendente da Vigilância em Saúde de Santa Maria, Alexandre Streb, destaca que, a partir da capacitação, os agentes comunitários poderão auxiliar os agentes de combate a endemias nas vistorias de residências e na orientação da comunidade, com o objetivo de reduzir os focos do vetor na cidade.
43% da cidade tem alto risco de infestação de Aedes aegytpi
Segundo Streb, o resultado da capacitação poderá ser conferido após a ação de cada agente em suas comunidades e a partir dos dados do novo levantamento do índice de infestação do mosquito na cidade, que deverá ser concluído em cerca de dois meses.
PENALIZAÇÃO
Desde junho, a prefeitura está notificando os moradores de residências que apresentam focos do Aedes aegypti ou oferecem riscos à disseminação do mosquito. A penalidade para quem descumprir as orientações varia de advertência a multa, conforme a gravidade da situação.
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As notificações são destinadas apenas às pessoas que não seguem os cuidados repassados pelos agentes durante as vistorias. Se for verificado que o local oferece risco de contaminação e proliferação do mosquito (pátio sujo, acúmulo de água, entre outros) ou apresenta focos do Aedes, o morador será notificado para fazer a limpeza do local em um prazo de cinco a sete dias.
Depois desse período, os agentes retornam à residência e, se constatado que não foi feita a adequação, será lavrado um auto de infração.