Foto: João Alves/PMSM (Divulgação)
A cientista da computação que está transformando a realidade de que apenas 10% dos participantes das olimpíadas científicas no Brasil são meninas. A engenheira florestal e analista do meio ambiente que figura na lista da Revista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro. A coordenadora de trade marketing na Delivery Much Santa Maria e a primeira mulher a ocupar um cargo de direção no Grupo Diário. As experiências diversas destas quatro mulheres e as múltiplas facetas da inovação envolvidas em suas trajetórias foram compartilhadas no evento Mulheres Empreendedoras, que marcou o mês dedicado a elas na UFSM. O bate-papo, promovido em parceria com o Sebrae, foi realizado na noite de segunda-feira (18) no prédio 61H da Pulsar Incubadora, vinculada ao InovaTec UFSM Parque Tecnológico.
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Mediado por Ananda Facchin, analista de relacionamento com o cliente nas áreas de Educação Empreendedora e Empreendedorismo Feminino do Sebrae, o evento contou com um auditório repleto de mulheres que se inspiraram com as histórias compartilhadas. Uma das mais aplaudidas durante a conversa foi a cientista da computação Nara Martini Bigolin, que coordena o projeto Meninas Olímpicas do Brasil, cujo objetivo é chamar a atenção do mundo da pouca participação de meninas em competições de conhecimento. O foco são meninas de 10 a 15 anos. A luta de Nara, que tem duas filhas que somam mais de 60 medalhas em olimpíadas do conhecimento, já rendeu resultados significativos e inúmeros reconhecimentos: 5 assembleias legislativas do Brasil, incluindo a gaúcha, já instituíram premiações para essas meninas — Santa Maria está a caminho por meio da aprovação de uma lei municipal que criou a premiação.
— As mulheres só alcançarão mais cargos de poder com conhecimento e treinamento — afirmou, entre as inúmeras falas inspiradoras, após mostrar, em números, a pequena participação das mulheres em altos cargos do poder nas mais diferentes áreas de atuação e o quanto a maternidade impacta na produtividade.
Uma das 100 Mulheres Doutoras do Agro eleita pela revista Forbes, a engenheira florestal Dayanna do Nascimento Machado contou detalhes de sua pesquisa com insetos feita em 11 países diferentes e fez questão de destacar o acolhimento da UFSM para que ela pudesse vencer as barreiras criadas pelo fato de ser uma pessoa com deficiência (PCD).
— O trabalho com as mãos é essencial nessa área de atuação e tive muita ajuda para que não me sentisse prejudicada. Desde a adaptação das pipetas usadas na pesquisa até o apoio irrestrito dos colegas — contou, acompanhada pelos pais, que, orgulhosos, fizeram questão de prestigiar a filha, atualmente analista de meio ambiente na Secretaria de Estado e Meio Ambiente de Mato Grosso.
Formada em Publicidade e Propaganda e mestre em Mídia e Estratégias Comunicacionais pela UFSM, Desireé Oliveira falou sobre a importância de aderir às novas tecnologias e a importância de uma gestão democrática que incentive a inovação. Já a diretora de Jornalismo do Grupo Diário, Fabiana Sparremberger, destacou a importância de as mulheres se priorizarem para evitar sobrecargas à saúde física e mental.
— Escolham as suas lutas, elejam o que realmente é importante. O adjetivo de "guerreira" que nos direcionam, muitas vezes, tem objetivos que não nos beneficiam. Não precisamos e nem devemos dar conta de tudo. Podemos, sim, pedir ajuda e desistir do que não faz sentido pra nós — afirmou.
Abriram o evento destacando sua importância o vice-prefeito de Santa Maria, Rodrigo Décimo, a pró-reitora ajunta da Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo da UFSM, Lauren Peres Lorenzoni, e a gestora do InovaTec UFSM, Maria Daniele Dutra.