'Para mim, foram critérios políticos e geográficos', diz Bibo Nunes sobre decisão da ESA

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Foto: Wander Schlottfeldt (Diário)/

A decisão que escolheu Recife (PE) como sede da nova Escola de Sargentos das Armas (ESA) ainda tem gerado assunto e debates entre os gaúchos, que apostavam em Santa Maria como uma das favoritas na disputa. Na manhã desta sexta-feira, em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade, na CDN, o deputado federal Bibo Nunes (PSL), falou sobre a repercussão do anúncio feito na quinta-feira, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em suas redes sociais:

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- Quando eu vi, tomei um choque. Ninguém esperava, ninguém mesmo. Eu viajei domingo, segunda e terça-feira com o vice-presidente Mourão. Em conversa com outros generais que ali estavam, diziam que a cidade com maiores condições total era Santa Maria, com seus quarteis, com polo do Exército, das Forças Armadas. Eu fiquei surpreso, sim, porque nem meus colegas do Paraná acreditavam. Recife era carta fora do baralho. O argumento que deram foi de que Santa Maria já é um grande polo, assim como Paraná, e que o Exército iria distribuir as forças mais para o Nordeste, que está precisando de um apoio maior. Sinceramente, fiquei muito surpreso, estou muito chateado.

Questionado sobre os aspectos que teriam faltado para Santa Maria ter sido a escolhida, o deputado federal acredita que não foram levados em conta os aspectos técnicos da cidade.

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- Agora já está decidido, não tem mais o que fazer. Eu ainda estou surpreso, não tinha como não ser Santa Maria. O que dá para entender é que é para repartir o poderio do Exército, e seria uma alavancada financeira para Recife. Foi isso que entendi. Mas foi uma decisão única e exclusiva dos generais. Para mim foram critérios políticos e geográficos, porque se fossem critérios técnicos, seria Santa Maria. É um investimento para Recife, eles estão em ampla festa, porque foi uma conquista. É como no futebol, que o último colocado ganha do favorito em casa. Eu me empenhei bastante, mas fazer o quê? Vamos aceitar, não adianta - comentou. 

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Em relação a comentários de que a escolha da cidade teria interferência do presidente Bolsonaro, já vislumbrando um apoio do Nordeste na eleição do ano que vem, Bibo afirmou que não acredita que isso possa ter tido influência:

- Não vejo assim. Mas, de fato, a decisão técnica era toda de Santa Maria. Claro que tem o lado de agradar o Nordeste, isso é evidente. É uma região que precisa do investimento. Eu também estou tentando achar tudo que é explicação, mas não posso fazer colocações que possam provocar ilações, ou dizer que foi culpa desse ou daquele. Claro que tiveram pessoas querendo se promover, e isso atrapalhou, mas a minha defesa foi muito enfática. Tenho convicção de que Santa Maria deveria ter sido a cidade escolhida, mas agora paciência. 

Questionado se a relação com o presidente Bolsonaro, grande aliado, ficaria estremecida, Bibo disse que ainda não conversou com o presidente depois do anúncio, e que agora já não há mais o que se fazer:

- Eu fui muito forte no Planalto, eu sou enfático, mas sigo sempre com as minhas convicções. Tenho plena certeza que estava certo e quem não gostar, paciência. A decisão não foi do presidente Bolsonaro, podem ter certeza. Claro que ele pode influenciar, mas ele não tomou a decisão. Eu tenho certeza que a decisão dele, ficaria com Rio Grande do Sul, até porque ele tem dois filhos, um casado com uma gaúcha e outro que vai casar com outra gaúcha. A disputa estava entre Paraná e Rio Grande do Sul. E no custo-beneficio, Santa Maria seria a cidade. Mas nós vamos cobrar depois, para reivindicar o melhor para Santa Maria. Contem comigo, porque eu estou ferido.